Quem gosta de história somos nós, ouvintes, leitores, escritores. Quem gosta do sobrenatural é o amor. É exatamente isso que trata o novo livro de Agildo Monteiro Cavalcante, em uma narrativa ágil e marcada pelo conhecimento histórico da causa, o que realmente aconteceu momentos antes da morte do governador tenentista Magalhães Barata que governou o Pará de 1930 a 1959. O livro, o qual eu chamaria de crônica de um romance proibido, retrata dois aspectos: um de ordem jurídica, a questão do relacionamento estável, longe de ser aceito à época, e que seria apenas legislado, bem depois, quando, acolhido pela Constituição de 1988, - e claro, - essa segunda questão de ordem literária e também muito interessante: o romance fantástico, através da manifestação incessante, como entidade - o próprio governador, como espírito, clamando pela presença de Dalila Ohana. Dalila tinha encantadores olhos negros, mulher de rica família seguidora da lei mosaica, com quem o governador paraense convivia há ma...