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ÀQUELES QUE SAÍRAM PARA VELEJAR

 Para todos aqueles que saíram para velejar Já que saí para velejar, o que escrevo são coisas encontradas depois da procela. Juntar os cacos, reparar a quilha, reabrir as escotilhas, içar velas e apostar na ventania. Já que saí para velejar, há tantas estrelas quanto há de mar. O céu se abriu sobre um caminho de águas. Tenho mil braços e seiscentos remos, sobram-me quatrocentos. O tempo vem do futuro; o passado de nada serve. Navegar é preciso porque viver é mais do que a vida.  Boa Sorte é a nome da minha nau. Para o mar-viajante não existe nenhum porto e o comando é a ordem em uma palavra.  A alma não é pacífica; o sonho é atlântico. Adiante que não corro atrás do vento, mas em sua frente. (No meio do teu coração há um rio - Benilton Cruz)

ALGUMAS DEFINIÇÕES DE POETA

Aedo (aédo):  podia ser um poeta ou um declamador ambulante, e em muitas vezes um poeta-cantor na Grécia Antiga que, segundo Jaa Torrano, tinha “na palavra cantada o poder de ultrapassar e superar todos os bloqueios e distâncias espaciais e temporais, um poder que só lhe é conferido pela Memória (Mnemosyne) através das palavras cantadas (musas). Fecundada por Zeus Pai, que no panteão hesiódico encarna a Justiça e Sabedoria supremas, a Memória gera e dá à luz as Palavras Cantadas, que na língua de Hesíodo se diz Musas. O canto (as Musas) é nascido da Memória e do mais alto exercício do Poder (num sentido político inclusive) - o poeta-aedo, assim, é o guardião da memória .  O aedo, para Hesíodo, se põe ao lado e por vezes acima dos basileis (reis) nobres locais que detinham o poder de conservar e interpretar as fórmulas pré-jurídicas e não escritas e adminsitrar a justiça entre querelantes e que encarnavam a autoridade mais alta entre os homens”. Vates (ou Vate): era o poeta- po...

O MENINO JESUS TEM O MUNDO ÀS MÃOS

 A imagem de nossa senhora de Nazaré tem algo de uma discreta simbologia universal. Observem o que o menino Jesus carrega às mãos. É a Esfera Armilar, um resumo do cosmo, um globo criado por Anaximandro no sexto século Antes de Cristo. A Esfera Armilar está na bandeira de Portugal e na bandeira do Império do Brasil, depois trocado pelo círculo da noite da proclamação da república, em 1889. Não tem como apagar. Nossa tradição é antiga, filosófica, religiosa, templária, copernicana, global. Maria é a "filha" de Davi. É da genealogia do rei de Israel. É a mãe de Jesus Cristo. Belém foi praticamente traçada em 1494 pela reta vertical do Tratado de Tordesilhas, e mais tarde se confirmou, quando aqui desembarcou em 1616 Francisco Caldeira Castelo Branco com uma imagem de Nossa Senhora das Graças às mãos e a colocou em uma rústica capela onde é hoje a Catedral da Sé. Podemos assim dizer que quem fundou Santa Maria de Belém do Grão Pará foi também Nossa Senhora. Benilton Cruz - profe...

DONA DAS DIREÇÕES

  DONA DAS DIREÇÕES   Êparrey, Iansã, Êparrey, Yo-yá! Êparrey, Iansã, Êparrey, Yo-yá!   Senhora dos Raios,  Senhora da Luz Venho pedir o seu Amor!   Êparrey, Iansã, Êparrey, Yo-yá! Êparrey, Iansã, Êparrey, Yo-yá!   Senhora dos Ventos,  Senhora da Luz Venho pedir o seu Amor Na tempestade eu a vejo dançar Deixa o seu rosto ver E enxergar, enxergar! Enxergar o seu Amor!   Mãe do Entardecer Ouça este meu cantar Que é de Amor, Deixa o seu rosto ver! Na tempestade eu a vejo dançar Deixa o seu rosto ver E enxergar, enxergar! Enxergar o seu Amor!   Dona das Direções Eu lhe saúdo com Amor E no entardecer Com a Justiça de Xangô! Eu lhe saúdo entre trovões E as rosas, rosas, rosas! (Benilton Cruz) Desenhos e criação do vídeo: Professor Gun Do Grupo Maçons do Axé A canção acima, um ponto, eu o recebi a caminho da casa de um amigo sob uma tarde chuvosa. Lembro que quando cheguei lá a música já estava completa. Imaginei o som de muitas palmas e um coral ca...

MEUS RIOS ME ENSINARAM A MEDITAR

 

Poema & Colagem

 One more poetic card Poema & Colagem de minha autoria. #poetry #gedicht #poema #poesie #colagem #beniltoncruz

TODO POETA ESCREVE O SEU EPITÁFIO

  John Keats nasceu em um outono e morreu em um início de primavera. Viveu apenas 25 anos. Com sua poesia, aprendemos que todo poeta escreve o seu epitáfio, o derradeiro verso sobre o próprio túmulo. Ele dizia que aquilo que não é belo não pertence à verdade. Em sua lápide, no Cemitério dos Protestantes em Roma, está gravado "Aqui repousa um homem que escreveu o seu nome sobre a água". Ou poderia ser: "All is could beaty, pain is never done". #johnkeats #poetry #odes #beniltoncruz

DIDASCALO

O poema acima é sobre a formação do ser humano. O didascalo, o mestre grego, ficava sentado e o aprendiz em pé. Só se sentava, depois de aprender.

BEM-VINDO SETEMBRO

 Bem-vindo setembro, sete que se escreve com nove. Sai o 8 de agosto e entra o 9 de setembro. 01.09 No calendário primaveril que se renova, - o número em uma data -, da humana e filosófica matemática, oscila. Não na elipse keplerniana dos astros, da divina & perfeita regularidade. Os astros não se atrasam. É outono no norte;  primavera no sul. E na Amazônia? É a verde magia de outono com primavera, primavera com outono na equatorial Hileia das guerreiras Icamiabas! Primavera é o primeiro verão no norte. (Na Amazônia é um período estranho "- Cuidado com os meses terminados em BRO", diz um ditado entre os comandantes da região). Rios e baías agitados. Outono, por sua vez, -ainda sob a concepção temporal do norte, é o amadurecer, o tempo da colheita. E você, no meio de tudo isso? O que quer florir no seu Primeiro Verão? O que quer colher? Em quê você amadureceu no equatorial tempo austral que declina entre folhas caídas e a flor da vida em um novo pomo? Enquanto pensa, sob a...

QUAL É A SUA LOJA? QUAL É O SEU MUNDO?

  QUAL É A SUA LOJA? QUAL É O SEU MUNDO? (O SIGNIFICADO DE LOJA NA MAÇONARIA)                                                             Ir. Benilton L Cruz                                     C.I.M: 11249                                     Secretário da Loja James Anderson nº 101. A denominação já começa tripartida: ou é Loja Maçônica, ou Loja Simbólica, ou Loja de São João ou apenas Loja, essa aparente “estrutura fundamental organizada por assembleias, onde os maçons se reúnem periodicamente para trabalharem de forma ritualística segundo o rito que adotam”, como geralmente algum conceito assim o define.  Sim, meus nobres irmãos, isso ainda não...

A CORUJA DE APOLO

Quem sabe estas palavras serão tuas amigas em tua solidão  como a lua, uma ruína de teu sol, - a coruja de Apolo - Benilton Cruz  Foto-Narrativa: Nicholas Kahn & Richard Selesnick

PERGUNTAS DO MAHABAHRATA

 

HOMENAGEM AO MAESTRO

  Irmãos, Ele deixou sua última mensagem de voz no dia 06 de junho, e desde então percebia que ele evitava digitalizar ou mesmo gravar mensagens para mim, tal era a falta de forças para falar, e mesmo assim eu insistia, telefonava, afinal desde aquela noite de outubro de 2023, quando ele tomou posse como membro da nossa Academia, nós conversávamos como se fôssemos dois parentes, ou dois amigos que fizeram uma longa viagem e reencontravam-se . Falávamos quase todos os dias, era como se tivéssemos sempre algo a dizer um para o outro, confessar passagens de nossas vidas - e principalmente eu que gostava de ouvir a sua voz doce de vovozinho que tem sempre uma história para contar, como uma vez me falou como foi solitária o seu início como juíz do trabalho, no interior, em lugares onde não havia diversão, somente a solidão. Depois, lembro dele me falando como conheceu a esposa, e como constituiu família, falava de seu pai e sempre recordava de um piano, de um rio-mar imenso ao luar, e d...

VOLTEIO

 

A GLÓRIA DE ANTINOO

 

QUANDO A CALMA DISSE À TEMPESTADE

 

À TARDE, À SOMBRA

 

SEMEAREI O RIO

 

EM DEFESA DA TERNURA

  Escrevo como se fosse uma forma duradora da infância. É o lugar onde tudo é novo. É o experimento da vida que perpetua a descoberta de viver. Benilton Cruz

CAMÕES 500 ANOS

Inicio hoje uma série de homenagens ao maior poeta da língua portuguesa. O Argonauta Renascentista. Um poeta não precisa falar muito para dizer tudo. Um poeta não precisa viver muito para viver tudo.  Um poeta pode fugir de tudo menos do seu tempo. Dizem que ele nasceu em várias cidades de Portugal que hoje reclamam seu natalício.  Dizem também que ele morreu aos 56 anos. Outros dirão que viveu mais um pouco. Morreu como indigente, enterrado em uma calçada, a Calçada de Sant' Ana. Um poeta não precisa saber com precisão as coisas, ele tem apenas o dom de transformar o instante em eternidade. Seu pai escalava as janelas gradeadas de um convento para jurar amor à mãe daquele que seria o poeta-mor da língua portuguesa. Dizem que a família é de origem galega, daí um de seus famosos versos ter o traço da duplicidade de "avorrecida" ou a pronúcia "aborrecida". "No mar, tanta tormenta e tanto dano/Tantas vezes a morte apercebida/Na terra, tanta guerra tanto engano...

O ABRANDAR DAS FERAS, ORFEU

O ABRANDAR DAS FERAS, ORFEU A palavra é o começo,  A palavra é o fim. Escrever é dar sentidos, Ao sentido que é assim: Nomear espelhos, Arranhar o musgo, Combinar a chave: O caminho do Hades que é descer O caminho do Hades que é subir. A combinação provável É um som agradável apenas, Ao inventar analogias. Para conhecer o que acabamos de: "Amar, fazer, destruir". Benilton Cruz Tela Joseph Paelinck (1781-1839) — Orfeo e Euridice

SONHOS: UMA LINGUAGEM DAS ARTES?

Benilton Cruz Percebo, pelo menos, uma relação triádica no sonho: imagem, sensorialidade e mitologia, a perfeita combinação da arte. Essa relação só se consolida através do conhecimento sobre nossa própria simbologia pessoal. É como um quebra-cabeça que pode ser montado com peças novas e antigas. Digo que os sonhos servem como uma montagem que evocam cenas multifacetadas da percepção do que é importante em nossas vidas, e cada peça registra códigos e cifras desafiando nossa inteligência. Portanto, imagens retratam simbologias pessoais, angústias também. O cérebro cria constantemente imagens, o inconsciente não tem leis à altura do que a parte consciente do cérebro diz que é capaz de organizar quando estamos despertos. Talvez a grande tarefa do psicanalista seja criar analogias a partir das imagens criadas pelo consciente e pelo inconsciente: comparar imagens com a estrutura de uma linguagem v...