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HERR DES WALDES (SENHOR DO MATO)

  Ich war einmal bei den Tembés, im Landesinneren von Tomé Açu, in meinem riesigen und reichen Pará,  und Pajé Claudino Tembé hat mir beigebracht, dass Alligatoren die Tiere sind,  die das Böse auf den Grund des Flusses tragen und so, und jedes Mal,  wenn Sie wollen um etwas Schlimmes loszuwerden, das dir passiert, bitte den Alligator,  dich mit einem Gebet mitzunehmen (ich habe sogar um das Gebet gebeten, das er gesungen hat,  aber dieser geistliche Erzieher ermahnte dort in seiner Sprache und sagte,  dass du kein Gebet lehren sollst bis es zur richtigen Zeit an jemand anderen weitergegeben wird  und ich dort als Schüler eines großen Schamanen eines spirituellen Lehrer geblieben bin). Stellen Sie sich nun ein Tier vor, das den Alligator jagt, wie der Jaguar?,  die archetypische Kraft, die dieses Tier hat! Es ist eine Baumklettererin, es hat eine kräftige Klaue, die sie selbst dann erschreckt,  wenn Sie ihre Spuren auf dem Boden hinterlä...

PARA ISSO FOMOS FEITOS

  Poema de Natal Vinicius de Moraes Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados Para chorar e fazer chorar Para enterrar os nossos mortos — Por isso temos braços longos para os adeuses Mãos para colher o que foi dado Dedos para cavar a terra. Assim será nossa vida: Uma tarde sempre a esquecer Uma estrela a se apagar na treva Um caminho entre dois túmulos — Por isso precisamos velar Falar baixo, pisar leve, ver A noite dormir em silêncio. Não há muito o que dizer: Uma canção sobre um berço Um verso, talvez de amor Uma prece por quem se vai — Mas que essa hora não esqueça E por ela os nossos corações Se deixem, graves e simples. Pois para isso fomos feitos: Para a esperança no milagre Para a participação da poesia Para ver a face da morte — De repente nunca mais esperaremos... Hoje a noite é jovem; da morte, apenas Nascemos, imensamente. (Para todos os guerreiros que se foram e nos deixaram mais fortalecidos à sombra das espadas)

AMANHECER NO RIO AMAZONAS

  Registro do sol nascendo em Anavilhanas, no estado do Amazonas, foto do repórter Olímpio Guarany. Ele participa do um projeto que refaz a Expedição do navegador português Pedro Teixeira pelo rio que já teve vários nomes de tão grande que é.  A expedição de Pedro Teixeira partiu de Cametá, margem do Tocantins, cidade que quase virou a capital do Pará. E graças a viagem até o Peru a geografia do Brasil teve outro formato. Contra a correnteza, foi a viagem maior que a de Vasco da Gama às Indias. O feito de Teixeira fez o Brasil ter essa forma de Harpa, como lembra um poema de Cassiano Ricardo.  A foto me foi enviada pela professora Alessandra Monteiro, da UFPA.

VOCÊ SABIA QUE A AMAZÔNIA JÁ TEVE VÁRIOS NOMES?

 05 DE SETEMBRO - DIA DA AMAZÔNIA - Você sabia que a Amazônia é uma floresta de muitos nomes? Este texto é para mostrar essa diversidade, na nomenclatura da região, especialmente para esta data: 05 de setembro, o dia dela - da maior floresta tropical do mundo. - Entre 1540 e 1542, o descobridor espanhol Francisco de Orellana desceu o rio Amazonas em toda sua extensão, a partir dos Andes. O rio foi batizado de rio Orellana, mas era chamado pelos indígenas de Paraná-açu, dentre outros nomes. Alguns trabalhos indicam também os nomes rio de la Canela, rio Grande de La Mar Dulce e rio Marañon. Mas coube a Orellana, através do frei Gaspar de Carvajal, seu cronista, o nome derivado de uma antiga mitologia persa. Esse frei relatou ter encontrado em um lugar ao longo do curso do rio, possíveis guerreiras indígenas que, através dele, as relacionou com as mitológicas Amazonas, em referência a lendária tribo de mulheres guerreiras da mitologia helênica. A partir daí, o rio seria chamado rio da...

A CORUJA

  Olhe para cima, bem lá no alto, No céu ou em uma árvore, Ela discreta quer pousar  Perto de você.   Ela é a mascotinha Da deusa da guerra e do saber - Quase ninguém a vê! - Quase ninguém a quer!   Por que ela assusta  Se ela vai Lhe mostrar que o entender É uma forma de viver!   - Uh, - Uh, A corujinha quer chamar você Quer lhe ensinar na escuridão a ver Seus olhos brilham para a luz   Ela guarda a lua É a águia noturna E enquanto você dorme Ela segura o sol Com o seu saber!   - Uh, - Uh, A corujinha quer chamar você Quer lhe ensinar na escuridão a ver Seus olhos piscam para a luz E para você! 27.08.2021 Para a Lygia, Benilton Cruz

A CHAMADA DO MESTRE CAIANO

Vou abordar hoje mais um tema da espiritualidade na Amazônia: a invocação ao mestre Caiano. Essa chamada é o pedido para que seja bem-sucedido, ordenado, disciplinado, o ato religioso de se beber a Ayahuasca. Trata-se de uma oração cantada, discreta, que revela o respeito a uma linhagem anterior de mestres e o primeiro deles é reverenciado.  Caiano foi o primeiro oasqueiro, e assim em sua memória é preciso pedir licença. No ritual da Ayahuasca, tudo é organizado como um cosmo primordial, cuja instância primeira é a floresta. Estamos falando de uma religião amazônica, nascida entre a conexão de homem selva e astral. E antes do efeito do vinho das almas, é preciso pedir licença ao mestre primeiro, e aos poucos  a  bebida vai revelar quem você é. Uma das coisas mais interessantes na ritualística da Ayahuasca, no caso específico, da linha de ensinamentos do mestre Gabriel, é a memória. Para receber a bebida como uma iniciação é necessário tomar na verdade o nome do "primeiro ...

JAGUARETÊ – O PODER DA ONÇA

Etnoxamanismo Amazônico A poesia tem origens, como toda arte, da religião e no caso da Amazônia, a nossa genuína arte poética tem bebido na fonte da pajelança, ou como haveríamos de lembrar: do xamanismo, a prática da medicina ancestral, mas especificamente da medicina da floresta no entender da rural e ribeirinha realidade da verde e continental Hileia. O nosso xamanismo é a pajelança, uma prática de transe, transmutação (e em alguns casos de metamorfose) e cura que coloca a palavra, em sua forma pura, na ajustada frequência, naquilo que vou chamar de o acorde verbal pleno e também naquilo que mais me interessa como etnopesquisador: a oração cantada que muita das vezes se utiliza de animais no ritual, esses conhecidos como animais de poder ou como eu gosto de falar: irmãos espirituais. Em todo caso, aqui, o interesse é abordar a Poética do Etnoxamanismo Amazônico, um tema bastante profundo para se entender a identidade, os aspectos culturais, a linguagem e o perfil religioso desse com...

NOSSA EXISTÊNCIA É ETERNA

 No rumor de asa que parte meu peito  À liberdade de uma palavra tua - para quem ama - Não tenha pressa, nossa existência é eterna. (Diário de Icaro - Benilton Cruz)

EMILY

Tudo o que é sangue  Escreve - Espada ou Mênstruo. A abelha  Sob a sombra do trevo Breve  Ao sol do desejo. (Para Emily Dickinson, 1830-1886, Benilton Cruz) (Na colagem, a foto da atriz Hailee Steinfeld, interpretando a poeta, na série "Dickinson", 2020).   POEMAS DE EMILY DICKINSON COM TRADUÇÃO Who? My friend must be a bird, B ecause it flies! Mortal my friend must be, Because it dies! Barbs has it, like a bee. Ah, curious friend, Thou puzzlest me! Quem? Meu amigo deve ser um pássaro, Porque voa! Mortal meu amigo deve ser, Porque ele morre! Farpas tem, como uma abelha. Ah, amigo curioso, Tu me confundes!               My Life had stood - a Loaded Gun -         In Corners - till a Day         The Owner passed - identified -         And carried Me away - And now We roam in Sovereign Woods - And now We hunt the Doe - And every time I speak for Him - The Mountains str...

SEJA HOMEM!

  Uma definição de Homem hoje em dia tem que levar em conta a palavra decisão. E a grandeza está em agir. Seja homem!, ouvíamos quando criança, e tínhamos que engolir o choro diante de alguma dor, em algum jogo de futebol, e assim até hoje temos dificuldade em dizer o que sentimos, e até vergonha em ir ao médico. Foi assim que nos acostumamos com a dor e foi assim que nos ensinaram que a dor some de dentro de nós. Engolindo o choro em silêncio. Aprendemos desde cedo a suportar e a superar. Mulheres, entendam porque somos de poucas palavras. Afinal, homem não sofre! como também costumávamos a ouvir. E a tal masculinidade? o que dizer dessa palavra do gênero feminino. É também um tipo de  sentimento, é algo muito interno, escondido, mas nada que não se externalize em ação e decisão.  A masculinidade é um tipo de força criativa e nisso nos devemos apoiar como homens. E hoje ser homem - bombardeado de tanta falsa promessa de masculinidade e de afetações ideológicas de feminis...

GUILHERME PARAENSE

Guilherme Paraense, nascido em Belém em 1884, foi o primeiro esportista brasileiro a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpico. Foi atleta do Fluminense Football Club, no Rio de Janeiro, onde morreria em 1968. Militar integrante do Exército Brasileiro, com a patente de tenente, Paraense embarcou para Antuérpia, em 1920, com mais sete companheiros de modalidades diferentes (natação, polo aquático, saltos ornamentais, remo e tiro esportivo) a bordo do navio Curvello, todos por conta própria, já que a CBD não pagaria a viagem dos atletas. A precariedade era muito grande, viajaram de 3ª classe, em camarotes pequenos e sem ar, os atletas resolveram dormir no chão do bar, depois que o último cliente saísse e precisavam acordar cedo para treinar improvisadamente no convés.  Desceram em Lisboa, de onde prosseguiram de trem até a Bélgica, informados de que o navio não chegaria a Antuérpia a tempo de participarem das provas. Viajaram em um trem aberto, sob chuva e sol. Depois de uma ...