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POR QUE PALAVRAS?

  Um monge aproximou-se de seu mestre - que se encontrava em meditação no pátio do Templo à luz da lua - com uma grande dúvida: "Mestre, aprendi que confiar nas palavras é ilusório; e diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio. Mas vejo que os Sutras e as recitações são feitas de palavras; que o ensinamento é transmitido pela voz. Se o Dharma (sabedoria) está além dos termos, porque os termos são usados para defini-lo?"         O velho sábio respondeu: "As palavras são como um dedo apontando para a Lua; cuida de saber olhar para a Lua, não se preocupe com o dedo que a aponta."        O monge replicou: "Mas eu não poderia olhar a Lua, sem precisar que algum dedo alheio a indique?"      "Poderia," confirmou o mestre, "e assim tu o farás, pois ninguém mais pode olhar a lua por ti. As palavras são como bolhas de sabão: frágeis e inconsistentes, desaparecem quando em contato prolongado com o ar. A Lua está ...

PANFILOSOFIA

Filosofia em tempo de Pandemia: a sempre Panfilosofia! Ninguém nasce com máscaras de proteção e álcool-gel nas mãos. Nascemos para nascer. A pandemia criou o pior dos inimigos, aquele que ninguém vê e por isso te fez refém de uma nova forma de insegurança.  Te fez próximo à morte, te fez próximo à filosofia. Na fronteira do pensamento está a morte. E vivemos assim, como filósofos, com a presença do invisível que atormenta constantemente e te enfraquece o ânimo vital, algo que me fez lembrar do mito de Prometeu que ao criar os homens esqueceu de lhes tirar da memória o dia em que morreriam, por isso viviam tristes.  Corrigido o detalhe, Prometeu viu novamente suas criaturas se alegrarem ao esquecerem da morte. A filosofia nos ensina a morrer e ao mesmo tempo esquecer a morte. Queridos leitores da minha página, o filósofo Luc Ferry dizia que podemos esquecer de tudo, menos da mitologia, e onde tem mitologia, tem o embrião libertário da filosofia, e é a filosofia que nos ensina a...

GUARDA TEU CORAÇÃO

 

Aurora que vence os tigres (fotos do livro lançado em 1996, em Belém PA)

Um livro-colagem, com poemas, assim, poderia definir o Aurora que vence os tigres, lançado no então Núcleo de Artes da UFPA. Era a noite de 18 de maio de 1996. E um livro não é uma seleção. Não é uma ordem. Não é uma escolha. É um abandono. Um livro não se termina. Se deixa, para ele criar o seu próprio caminho. A foto da quarta capa foi em um evento cultural no Museu da UFPA, promovido pelo DCE no ano de 1995. O poema "Para Que Não Canses" foi o mais cobrado pelo público leitor.  Este texto já era conhecido pelos colegas do curso de Letras e eu havia publicado em um caderno mimeografado chamado "InVentos de Poesia", o ano era 1988.                                                                                           Os convidados       ...

ANÚBIS

O deus das múmias, O guardião das pirâmides,  O Senhor do Deserto, Não te deixará sozinho à sombra. Silente protetor, De couraça escura Da mesma cor Da preta e fértil Terra do Nilo.  É o primeiro a te embalsamar É o primeiro a te acolher na escuridão. E te revelar o segredo por detrás de tudo. O Senhor das Trevas E o Vigia dos Mortos Não te deixará sozinho  Porque s abe a leveza do teu coração. Tem a Lua como sentinela da Terra É por ele que a Lua faz o nosso planeta girar. - Anúbis, Anpu, Inpu! O Chacal Lunar, O Canino Escavador, E Zelador das Tumbas! A guardar os restos mortais - O Cão Guia dos Segredos Da Sagrada Terra Ocidental. Gira a Terra e o Sol  em torno da Lua Gira o universo E a face escura Anúbis não te deixa Mostrar. E por ele, a Lua faz o nosso planeta girar. - Anúbis, Anpu, Inpu! E nas sombras Te revela o segredo das sombras.  Anúbis não te abandona  Na noite do teu Ser Porque sabe a leveza do teu coração.  (Um poema para o Chacal Lunar,...

Antologia Poética Abaetetuba - à venda pelo site da editora.

 - A Antologia Poética Abaetetuba já está disponível para compra no site da Paco Editorial, de São Paulo.  - Uma edição colorida, com a alma da cidade, considerada a capital mundial do miriti.  - A mítica e poética Abaetetuba é lembrada em prosa, verso & fotografia. - São poemas de Garibaldi Parente,  Benilton Cruz, e as fotografias premiadas de Rosângela Aguiar. - Em breve o lançamento virtual. #abaetetuba #antologiapoética #amazôniaetnopoesia #lusitaniasamazônicas #poesia #literatura #culturaamazônica #b www.pacolivros.com.br/antologia-poetica-abaetetuba

ANTOLOGIA POÉTICA - ABAETETUBA

  ANTOLOGIA POÉTICA - ABAETETUBA - Lançar um livro no meio de uma pandemia mostra o interesse de dar ao leitor um presente diante de tanto sofrimento. - Eu e o poeta Garibaldi Parente, também de Abaetetuba, lançaremos em breve a ANTOLOGIA POÉTICA ABAETETUBA, que além de uma seleção de poemas em prosa e verso é também uma singela homenagem à nossa cidade natal. - E deixamos uma amostra do livro e ebook a serem lançados em junho, com as belíssimas fotos de Rosangela Aguiar, dos autores e da cultura do miriti de Abaetetuba. 1. ABEIRANDO O LUAR Garibaldi Nicola Parente ALVORADA                Para Luiz Solano   Eu, eis-me aqui! Personificando o que não sou. Leva-me o vento no ventre ao Engenho de cana doce. Meu pai sol, minha mãe lua. Aqui a terra nua, vem nutrir-me com tudo que trouxe. Gira a moenda moendo gira. No fado e na lenda canta e suspira a história de um grande amor. Ó minha ribeira ...

VAMOS FALAR DE AMIZADE?

                                          VAMOS FALAR DE AMIZADE?   Morei perto da casa do professor Benedito Nunes, em Belém do Pará, eu na 25 de Setembro, atual Rômulo Maiorana; ele na Travessa da Estrella que já foi Travessa Mariz e Barros e voltou a ser Travessa da Estrella . E um dia travamos uma conversa meio que ao acaso: ele costumava caminhar de manhã, bem cedo, com uma cachorrinha que ele salvou de um atropelamento (e foi capa até do Jornal do Brasil, dizia ele com um misto de orgulho e admiração pelos peludinhos de quatro patas).  Eu voltava da natação, frequentava as aulas e treinos da Escola Superior de Educação Física do Pará e ele retornava da sua quase que, kantianamente falando matinal caminhada, pois era certa a sua saída por volta das seis da manhã, como Immanuel Kant em seus passeios na prussiana Königsberg a ponto de, dizem, a pessoas ajustarem se...