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ANTOLOGIA POÉTICA - ABAETETUBA

  ANTOLOGIA POÉTICA - ABAETETUBA - Lançar um livro no meio de uma pandemia mostra o interesse de dar ao leitor um presente diante de tanto sofrimento. - Eu e o poeta Garibaldi Parente, também de Abaetetuba, lançaremos em breve a ANTOLOGIA POÉTICA ABAETETUBA, que além de uma seleção de poemas em prosa e verso é também uma singela homenagem à nossa cidade natal. - E deixamos uma amostra do livro e ebook a serem lançados em junho, com as belíssimas fotos de Rosangela Aguiar, dos autores e da cultura do miriti de Abaetetuba. 1. ABEIRANDO O LUAR Garibaldi Nicola Parente ALVORADA                Para Luiz Solano   Eu, eis-me aqui! Personificando o que não sou. Leva-me o vento no ventre ao Engenho de cana doce. Meu pai sol, minha mãe lua. Aqui a terra nua, vem nutrir-me com tudo que trouxe. Gira a moenda moendo gira. No fado e na lenda canta e suspira a história de um grande amor. Ó minha ribeira ...

VAMOS FALAR DE AMIZADE?

                                          VAMOS FALAR DE AMIZADE?   Morei perto da casa do professor Benedito Nunes, em Belém do Pará, eu na 25 de Setembro, atual Rômulo Maiorana; ele na Travessa da Estrella que já foi Travessa Mariz e Barros e voltou a ser Travessa da Estrella . E um dia travamos uma conversa meio que ao acaso: ele costumava caminhar de manhã, bem cedo, com uma cachorrinha que ele salvou de um atropelamento (e foi capa até do Jornal do Brasil, dizia ele com um misto de orgulho e admiração pelos peludinhos de quatro patas).  Eu voltava da natação, frequentava as aulas e treinos da Escola Superior de Educação Física do Pará e ele retornava da sua quase que, kantianamente falando matinal caminhada, pois era certa a sua saída por volta das seis da manhã, como Immanuel Kant em seus passeios na prussiana Königsberg a ponto de, dizem, a pessoas ajustarem se...

DIA INTERNACIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA

 05 de Maio - Ela está em todo mundo, graças ao mercantil império lusitano que se recusou a ser feudal, e aqui, na Amazônia tocantina, a nossa língua portuguesa é falada ainda com os resquícios da era dos navegadores.  - O império português durou mais de sete séculos, impossível não deixar marcas de um língua de prestígio como foi o luso idioma no longo século 16. - Em Abaetetuba, no Pará, e suas ilhas e rios, escondidos das influências de outras fontes como a da imprensa e mais modismos, podemos ainda sentir o sotaque de outrora. - Mas para isso, vou lembrar de um autor importante à língua moderna dos lusos navegadores. Ao ler "as crônicas do guarda-mor da Torre do Tombo", Fernão Lopes,  percebemos o linguajar baseado na prosa erudita e no jeito pitoresco do povo de Lisboa, essa dualidade marcante realçou a expressão de como muita gente fala no Pará ribeirinho.  - Com Fernão Lopes que infuenciou Camões, surgia, estão, o praticamente o português moderno - as Crónicas...

CENOTÁFIO

  - Túmulo de Luis Vaz de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.  - Por sua vez, existe um outro "túmulo" do poeta-mor da língua portuguesa.  É o que chamamos de cenotáfio. - É um memorial fúnebre erguido para homenagear alguma pessoa ou grupo de pessoas cujos restos mortais estão em outro local ou estão em local desconhecido ou se perderam defintivamente.  Foi o que aconteceu com Luiz Vaz de Camões. - O poeta teria sido sepultado na Igreja de Sant'Ana, em Lisboa, próxima da casa onde vivia a sua mãe, na calçada de Santana, mas "não se sabe exatamente onde", dizem os registros. - O cenotáfio de Camões está no Panteão Nacional, na igreja de Santa Engrácia, também em Lisboa, desde 1966 . Minha admiração por Camões começou quando li o episódio de Inés de Castro, o episódio romanesco entre uma dama de companhia da princesa castelhana Dona Constança e o príncepe Dom Pedro, futuro Dom Pedro IV. Sim, novamente a rixa: Reino de Portugal e Reino de Castela reacend...

A PRATA DOS DIAS

 "As frores do meu amigo briosas van no navio! E van-s (e) as frores d’ aqui ben con meus amores! Idas son as frores d’ aqui ben con meus amores!" ... (Pai Gomes Charinho, Século XIII) Quisera ser dono de tua fantasia Com o silêncio das flores molhadas E da flecha ainda no arco, tensa.  Quero trocar o mar pelos teus olhos, Teu corpo pela leitura da pele –  O alfabeto dos dedos. Quero tua cintura como a erva da manhã, Que se molha com luz e com a prata dos dias. (Benilton Cruz, Século XXI)

O PODER DO LIVRO

 

ATRAVÉS DAS HORAS, E EM CADA PALAVRA

Foto do autor: Belém sob chuva branca Durch jede Stunde, durch jedes Wort blutet die Wunde der Schöpfung fort verwandelnd Erde und tropft den Seim ans Herz dem Werde und kehret heim Gab allem Flügel, was Gott erschuf den Skythen die Bügel dem Hunnen den Huf - nur nicht fragen, nur nicht verstehn den Himmel tragen, die weitergehn nur diese Stunde ihr Sagenlicht und dann die Wunde, mehr gibt es nicht Die Äcker bleichen, der Hirte rief das ist das Zeichen: tränke dich tief den Blick in Bläue, ein Ferngesicht das ist die Treue, mehr gibt es nicht Treue den Reichen, die alles sind Treue dem Zeichen, wie schnell es rinnt ein Tausch, ein Reigen, ein Sagenlicht ein Rausch aus Schweigen, mehr gibt es nicht. Gottfried Benn, 1933 Através das horas, e em cada palavra Sangra da criação a ferida Transformando a terra e gotejando o visgo Ao coração que erra, para a casa voltar Deus deu asas a tudo que criou Aos citas, os templos, ao huno, o casco - Só não pergunte, só não diga que não entendeu Carreg...

A Estrada

A estrada é muito longa A estrada é muito curva Ela existe quando eu sou Eu nunca vou sozinho tenho amigos no caminho Todos eles são  Como eu sou. E aqui começa a jornada Eu tenho toda a madrugada E eu sei que o sol Vai nascer logo depois E na beira do caminho Eu paro, penso Eu vou seguindo Eu sigo ao encontro Daquele que eu eu sou. Aonde vou? Aonde vou? É sempre tempo de se entender Ainda há tempo de se entender Aonde vou? A resposta é prosseguir A resposta é sempre ir E ir é isso o que eu sou - A tua estrada é a que escolheste ser.
  14.03 - Para levar o povo de volta às ruas, no dia do poeta! 14 de março, aniversário de Castro Alves. - Aos leitores da arte da palavra - esse difícil, ou fácil ou então impossível ofício, dedico este poema. POETAS NA CALÇADA (Benilton Cruz) Deve haver um país que se chama Brasil Deve haver um homem que se chama Carlos, Ou que se chama Mario, ou que se chama Oswald A caminhar entre cidades nervosas e muros pichados E lixo espalhado pelo asfalto E postes com a cara dos candidatos. E atrás dos muros deve haver as armas e os barões assinalados. Deve haver um Camões oferecendo o seu poema a um editor desconfiado Deve haver um aprendiz, um poeta navegante a salvar nas mãos o seu país Todos são Carlos e sua testa fulgurante Como um Mar que Minas não teve. Todos são Mários viajantes de brasis e de parás. Todos são Oswalds com indigestão antropofágica. Todos são Bandeira e sua timidez de Manuel Todos cantam o seu sabiá e sua palmeira...

E se a vacina fosse ler um livro?

  E se a vacina fosse ler um livro? E se a vacina fosse respirar ar puro? Caminhar e contemplar a natureza (O nosso verdadeiro lar). E se a vacina fosse visitar mais nossos pais, cansados da vida e trancados nas prisão das próprias casas? - afinal bons filhos serão bons pais. (E lembrar que eles estão lá sempre e nos esperar...) E se a vacina fosse agradecer mais e reclamar menos? Ponderar as ações com orações E repetir sempre o que há de melhor de nós mesmos! E se a vacina fosse praticar a paz; Conciliar os opostos com o dom da mediação! E se a vacina fosse cultivar mais a humildade das plantas que antes nos dão as flores e depois os frutos! E se a vacina fosse perdoar com a devida justiça e retidão? E se a vacina fosse deverasmente Amar? - Onde estaria você no posto de vacinação? na fila de espera ou com a vacina pronta para aplicar com o que há de melhor do seu coração? Benilton Cruz 02.03.2021.

UM CANAL DE CONTEÚDO SOBRE A AMAZÔNIA

  -Hoje, vamos divulgar a excelente reportagem do produtor de Santarém, o talentoso Silvio Marcos. Nesta edição o tema é uma viagem pelo rio Amazonas de Santarém a Belém do Pará. -Parabéns, Silvio, e vamos divulgar seu trabalho independente . E como diria Mário de Andrade, às vezes temos, nós, brasileiros um olhar "estrangeiro" para o nosso país, principalmente à nossa rica região e seu lado de carência de zelo e proteção pelo poder público. #amazônia #amazon #AmazôniaEtnopoesia #viagenspelobrasil Acessem no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=fR3EAOmkb5g https://www.youtube.com/channel/UCbJksUP9EmHMcQj_mhU7Zlw