Pular para o conteúdo principal

Postagens

AO CORAÇÃO DO MAESTRO (PEQUENA CRÔNICA PÓETICA)

O coração do poeta encontrou o coração do maestro em outubro de 2023 e desde então conversavam como se fossem dois parentes que fizeram uma longa viagem a rumos diferentes e que se reencontravam de repente. O coração do maestro ensinava; o coração do poeta ouvia. Quem ensina é o coração; quem aprende é também o coração. Dois irmãos. - Um coração para duas mentes diferentes. O coração do maestro regia as histórias, as lendas, os mitos, a ópera, a música; o coração do poeta dizia: sonho com o verso, o certeiro acorde, do maestro como ópera e como canção, como rima, como melodia, como ode. E alegria. Era muita cultura, para muito mais coração. Era quase todo dia, um projeto, uma ideia, uma música, um hino, o coração do poeta escrevia: "Homens livres e de bons costumes/ irmãos do espírito das letras/ levantai a cantar a Glória do Arquiteto Criador/ Homens Livres e de bons costumes/ Irmãos do espírito das Letras/ Aprumai a voz ao coração/ que a pena é mais forte que o canhão/ Às Letras...
Postagens recentes

O GALO E A CORUJA

 A fábula o Galo e Coruja é atribuída a Esopo, o fabulista da Grécia Antiga. Esopo foi escravo e tornou-se homem livre pelo seu talento da arte de usar os animais com propósitos morais em suas famosas fábulas. Aqui, na íntegra: O Galo e a Coruja Um galo, orgulhoso de sua voz potente, cantava alto e forte no galinheiro.  Uma coruja, ouvindo o barulho, perguntou ao galo: - Por que você canta tão alto e com tanta frequência? O galo respondeu: - Eu canto para anunciar o início do dia e para que todos saibam que eu estou aqui. A coruja então disse: - Ah, mas eu também canto, mas de maneira diferente. Eu canto à noite, quando todos estão dormindo, e meu canto é um aviso de que a noite é silenciosa e escura. O galo retrucou: - Seu canto é inútil, pois ninguém o ouve na escuridão da noite. A coruja respondeu: - E seu canto é inútil durante o dia, pois todos já sabem que o sol está brilhando. Moral da Fábula A lição está em entender que cada pessoa tem seus próprios talentos e habilida...

CAMÕES, GRANDE CAMÕES: A ARTE DE EMULAR

  Inicio aqui uma sequência de poemas inspirados em Luis Vaz de Camões, naquilo que seria uma forma de homenagear, imitar, seguir, admirar e acima de tudo emular - esta que é a prova maior do reconhecimento a um poeta. Emular Camões seria essencialmente desafiá-lo. E como sabemos a imitação é um procedimento comum na didática das artes. Há, todavia, uma significativa diferença entre imitar e emular. Imitar é aprender; emular é superar. É o desafio à excelência. Vou chamar de A Arte de Emular a esse misto de admiração, respeito e superação. Emular é um gesto comum aos sonetistas do Doce Estilo Novo, surgido com a lírica italiana e humanista. Afinal, imitar e emular em algum momento se tocam. O Doce Estilo Novo surgiu para cobrir com galanteio algo que a lírica amorosa medieval mostrava-se como pequenos dramas trágicos - um deletério e estranho comportamento "assassino", um "ladrón" e "cruel", dentre outros termos da natureza poética dos trovadores.  O doce ...

CÉSARE: UM PERSONAGEM ENTRE DOIS MUNDOS

  Um dos pontos fortes do romance Tempestade do Além, do médium-escritor Dr. Claudio Guilhom, é a saga do personagem Césare, que nos chama a atenção por transitar sempre entre dois mundos: o seu potencial de criação para o bem ou para o mal; a dualidade de seguir o ideal de liberdade e democracia ou amealhar-se ao partido fascita de Benito Mussoline, ou a constatação de que a caridade pode estar mesmo acima de qualquer feito científico.  O romance, com trejeito de novela, uma vez que lida com o destino de vários personagens, encontra sua unidade romanesca justamente ao colocar o tema da caridade como uma saída à questão que envolve o grupo de cientistas em torno da fórmula da bomba atômica, decisiva às potências envolvidas na Segunda Guerra Mundial.  A trama se dá ainda na Itália, padecendo com os males da Segunda Guerra Mundial: familiares de Césare sentindo o impacto de no mínimo duas situações dramáticas: migrar ao Brasil ao mesmo tempo que têm que acompanhar o estranh...

ROSANGELA AGUIAR: UM NOME IMORTALIZADO NO JORNALISMO

Rosângela Aguiar, um nome que ressoa como sinônimo de competência e desafio, duas palavras que na verdade se resumem a um nome, quando a graça e a determinação se encontram em uma assinatura. Rosângela Aguiar. Este é um dos nomes que agora compõem o quadro de imortais da Academia Paraense de Jornalismo na data de hoje, 09 de junho de 2025, período do festivo mês solar junino, mês de comunicar, mês geminianamente a dizer da duplicidade de reiterar o evidente que há na pessoa chamada Rosângela Aguiar.  Geminiana (seria redundância falar que ela é comunicóloga),  multifacetada (talvez seria realista e não menos geminianamente aceitável retratá-la), cuja essência de se expressar se desdobra em diversas agilidades como mãe amorosa, esposa dedicada, jornalista perspicaz, escritora ceciliameireslesmente falando: inspirada, produtora criativa, fotógrafa sensível, fotojornalista visionária, relações públicas e marketóloga competente a ponto de eleger quem ela realmente se deixa conduzi...

CORAÇÃO CABOCLO, ALMA AMAZÔNICA

Coração Caboclo é o livro lançado pelo Dr Eduardo Bitencourt na sede da Grande Loja Maçônica do Estado do Pará - GLEPA, no sábado 24 de maio, com direito à festiva e fraterna presença de irmãos, de familiares, amigos, e os acadêmicos da AMALEP, a jovem e aguerrida Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará. Tive a honra de ser convidado a prefacear o livro que para mim tem o pitoresco estilo da crônica poética. E vou deixar aqui para os leitores apreciarem mais um bom autor amazônico. O meu prefácio apenas aprensenta o livro e não o resume, pois é obra de profunda imersão no olhar que transita poeticamente a realidade amazônica. NÃO TROCO ESSA RAIZ POR NENHUM JARDIM No Romantismo brasileiro há um verso famoso: “Todos cantam a sua terra/ Eu também vou cantar a minha”, da lira saudosista do poeta Casimiro de Abreu que, com estes versos, toca a verve de todo bom poeta: “a terra e o homem são um só”, acertada frase, atribuída ao místico Rei Artur, lendário monarca da época da entronizaç...

UM DIA DE FESTAS - POR ADALBERTO MOURA NETO

Recital em frente à casa onde nasceu o poeta Antônio Tavernard, em Icoaraci. Hoje se concretiza o sonho de reerguer este espaço como a merecida Casa do Poeta, na visão de Adalberto Neto e endossado pelo autor do livro Moços & Poetas. Publico hoje, na íntegra um artigo de um grande agitador cultural de Belém, em especial de Icoaraci. Trata-se de um relato sobre uma justa homenagem àquele que é considerado como um dos maiores poetas paraenses: Antônio Tavernard.  O que me motiva esta postagem - e foi a meu pedido - é que a memória cultural do nosso estado vem de pessoas que fazem isso de forma espontânea. O Adalberto Neto é aquele leitor voraz e já um especialista no Poeta da Vila - e isso é o mais importante: ler a obra de Tavernard é encontrar: religiosidade, Amazônia, lirismo, musicalidade romântico-simbolista, um tom épico em seus poemas "em construção" e um exímio sonetista, e eu diria: Tavernard faz do soneto um minirromance.  Fico feliz pelo Adalberto Neto, o autor d...

LOJA JAMES ANDERSON 101 PROMOVE PALESTRA DE FÁBIO SICILIA E PRESTA HOMENAGEM AO PAST MASTER RODRIGO ALEIXO

  Fabio Sicilia & os irmãos & convidados da James Anderson 101 Uma foto histórica: Rodrigo Aleixo, Marcelo Gomes e Levy Leal, todos na experiência do veneralato da James Anderson 101. UMA INESQUECÍVEL SESSÃO No dia 06 de maio de 2025, a Loja James Anderson 101 realizou uma sessão maçônica de grande relevância, marcada pela palestra do irmão Fábio Sicília sobre o tema "As Leis Fundamentais da Estupidez Humana". A palestra foi baseada nas ideias do historiador e profundo conhecedor de Economia, o italiano Carlo M. Cipolla, que identificou padrões comportamentais que podem ser observados em diversas situações da vida, sob uma abordagem perspicaz e muitas vezes humorística sobre o comportamento humano. E como o autor diz: “uma pessoa estúpida é uma pessoa que causa perdas a outra ou ao grupo de pessoas sem obter qualquer benefício para si mesma ou mesmo incorrendo em perdas para si mesma” – algo que ocorre atualmente não apenas na economia e também nas leis, no conhecido ...