Coração Caboclo é o livro lançado pelo Dr Eduardo Bitencourt na sede da Grande Loja Maçônica do Estado do Pará - GLEPA, no sábado 24 de maio, com direito à festiva e fraterna presença de irmãos, de familiares, amigos, e os acadêmicos da AMALEP, a jovem e aguerrida Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará.
Tive a honra de ser convidado a prefacear o livro que para mim tem o pitoresco estilo da crônica poética. E vou deixar aqui para os leitores apreciarem mais um bom autor amazônico. O meu prefácio apenas aprensenta o livro e não o resume, pois é obra de profunda imersão no olhar que transita poeticamente a realidade amazônica.
NÃO TROCO ESSA RAIZ POR NENHUM JARDIM
No Romantismo brasileiro há um verso famoso: “Todos cantam a sua terra/ Eu também vou cantar a minha”, da lira saudosista do poeta Casimiro de Abreu que, com estes versos, toca a verve de todo bom poeta: “a terra e o homem são um só”, acertada frase, atribuída ao místico Rei Artur, lendário monarca da época da entronização do Cristianismo nas terras da Bretanha medieval.
Este livro com trinta e seis poemas contém a história de um homem e de sua terra, de alguém em constante movimento entre Abaetetuba e Belém, um autor a defender valores inegociáveis como: a família, os amigos de hoje ou de outrora, o amor, a infância, as lembranças, a sabedoria extraída da fraternidade, o olhar de seu pai, o amor de sua mãe - ou seja tudo que há na alma nobre de um “coração caboclo”, como um dos versos deste livro assim o diz.
Escrevo esse prefácio inspirado neste livro que ora apresento, cheio do orgulho de também pertencer a esta terra que na verdade é feita do “lugar bom para pegar peixe”, o Maratauíra, este, talvez o significado do nome do rio que fez nascer a cidade de pessoas que gostam de contar histórias e que têm a habilidade de transformar a leveza do miriti em um brinquedo colorido para todas as idades.
As raízes da família Bitencourt (um t apenas, com dois é variação inglesa, diz o Eduardo, em uma minientrevista pelo WhatsApp) se entrelaçam com a da família Dias, ambas de origem judaica, através de um longo percurso entre França, Espanha, Ilhas Canárias, do comércio, até chegar aos engenhos e regatões do Baixo Tocantins. Há, sim, neste livro um testemunho da origem do Dr. Eduardo Bitencourt Dias e seu “coração poeta”, outra feliz expressão de um poema seu.
Preciso falar agora do coração de médico, formado pela Universidade Estadual do Pará, atuando na Área de Ortopedia e Traumatologia, com pós-graduação em Ultrassonografia, é diretor técnico da Clínica São José, e também diretor técnico da E.C.I. (Ensino Continuado Itinerante) Escola de Ultrassonografia em Belém. Foi ex-diretor do Hospital Municipal Santa Rosa em Abaetetuba-Pará e atualmente é também diretor Técnico da Área de Ortopedia e Traumatologia do Hospital São José, na Vila dos Cabanos. É maçom iniciado em 18 de dezembro de 2020, elevado a companheiro em 02 de junho de 2021, exaltado a mestre em dezembro de 2021, apresentando em torno de sessenta peças de Arquitetura em fase de publicação. Atualmente, é Venerável Mestre da loja Luz e Justiça, de Barcarena.
E o que destaco neste seu primeiro livro é uma peculiar crônica poética, que mesmo em verso, assume o ritmo de uma doce prosa, - ou prosa poética - justamente da sua vivência, como filho do Antonico, ou melhor, filho de Antônio Ferreira Dias, e de Ana Bitencourt Dias, mais conhecida como Dona Branca, e daí em diante seus versos se espraiam ao exemplar profissional de Medicina, ao marido de Irian Nylander Bitencourt Dias, ao pai de Thiago Nylander Bitencourt Dias e de Carlos Eduardo Nylander Bitencourt Dias, ao irmão - em família e em loja maçônica -, e ao ser humano amazônida em seu heroico e poético dia a dia.
Benilton Cruz
James Anderson 101, membro da Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará, AMALEP, cadeira n º 11, patrono Mário de Andrade, Professor da UFRA.
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