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WERTHER

                                                         Benilton Cruz É o protagonista do romance Die Leiden des Jungen Werthers publicado em 1774 e escrito por Johann Wolfgang von Goethe, a maior personalidade do Romantismo alemão e o autor mais influente da literatura do seu tempo.  Werther virou o protótipo do herói romântico: sensível, introspectivo e solitário, e representou por muito tempo aquele que era os leitores da época na qual surgiu a obra, por isso o sucesso de vendas.  Visava-se o estudante como público leitor, e esse leitor encaixava-se como receptor da obra de um escritor com vasta cultura clássica, sensível à nova mudança de perspectiva do mundo moderno: o Romantismo começa pelo indivíduo, que por si só, já é uma autoafirmação.  Aliás, Werther se enquadra naquele “documento h...

POETAS NA CALÇADA

                             Deve haver um país que se chama Brasil Deve haver um homem que se chama Carlos, Ou que se chama Mario, ou que se chama Oswald A caminhar entre cidades nervosas e muros pichados E lixo espalhado pelo asfalto E postes com a cara dos candidatos. E atrás dos muros deve haver as armas e os barões assinalados. Deve haver um Camões oferecendo o seu poema a um editor desconfiado Deve haver um aprendiz, um poeta navegante a salvar nas mãos o seu país Todos são Carlos e sua testa fulgurante Como um Mar que Minas não teve. Todos são Mários viajantes de brasis e de parás. Todos são Oswalds com indigestão antropofágica. Todos são Bandeira e sua timidez de Manuel Todos cantam o seu sabiá e sua palmeira Todos saúdam Missal e Broquéis Todos querem a cidade modernista de um Brasil por inteiro. Todos caminham no caminho que se abre ao caminho Lá vai Gregório, o ...

À Sylvia Plath

A noite com flauta sorri o teu último abandono, Sylvia, escrever, escreverei a tua melancolia brinda com água, com sal e pedra - a este mar que vem do coração e diz: não Aprendo a existir agora, Quando a lua nova rebrilha lá fora e a tua única palavra é: solidão

O CAMINHO QUE ESCOLHESTE É A TUA VERDADE

O caminho que escolheste é a tua verdade, é a tua senda, tua escolha, tua alma, teu destino, porque no fundo não existe o atalho que te ensinaram.  O teu caminho é a tua verdade.  E como foste tu que o escolheste, por isso sentes a solidão da escolha como a aposta do adiante que te espera. E o que olhas ao teu redor é teu e também está só, na solidão não necessariamente do que é teu, mas da solidão de todos e de cada um, na solidão do ser e da escolha. Não esqueça: o espírito nunca é solitário, ele é solidário e te convida a ir mais adiante, e esse adiante curiosamente que és tu mesmo, o tu que precisa ainda ser desbravado, essa tua sede que é maior, por isso nada te sacia e ainda te sentes dentro de um ciclo que não te deixa seguir ou subir e quase sempre te impele retornar. Pensando nisso, resolvi te fazer lembrar de três leis para o teu autodesbravamento: A primeira lei a seguir é a da natureza, a que tudo transforma: a semente vira árvore, o olho d´água vira ...

GLOSSÁRIO DE BORIS GROYS

   A sequência abaixo foi o resultado de quatro conversas de Boris Groys com Thomas Knöfel, no livro “Política da Imortalidade”, da editora Hanser (Munique 2002). Eu traduzi diretamente da página do filósofo.  Aliás, ainda estou revendo o original e, anexo, ainda traduzo, em busca do melhor acorde, afinal texto é texto não se termina, se abandona.  Nascido na então Berlim oriental, estudou Filosofia e Matemática, ele foi professor de Estética na Alemanha e atualmente leciona em Nova Iorque.  É, resumidamente, crítico de arte, teórico da mídia, e um importante pensador daquilo que ele chama de a Era do Terror.  Seu pensamento concentra-se na questão bem atual da produção de imagens - isso que hoje, aliás, graças à tecnologia - todos querem fabricar imagens ao invés de admirá-las.   Trabalho . Quando pensamos nesses milhares de anos e pensamos nas milhares de pessoas que pintaram algo ou escreveram,... tudo isso porém pode ser só lixo...

PAUL VALÉRY NA ESCOLA NORMAL

                                                                                                                                                                  Texto de Walter Benjamin  ...