Benilton Cruz
É o protagonista do
romance Die Leiden des Jungen Werthers
publicado em 1774 e escrito por Johann Wolfgang von Goethe, a maior
personalidade do Romantismo alemão e o autor mais influente da literatura do
seu tempo.
Werther virou o protótipo do herói
romântico: sensível, introspectivo e solitário, e representou por muito tempo
aquele que era os leitores da época na qual surgiu a obra, por isso o sucesso
de vendas.
Visava-se o estudante como público leitor, e esse leitor encaixava-se como receptor da obra de um escritor
com vasta cultura clássica, sensível à nova mudança de perspectiva do mundo
moderno: o Romantismo começa pelo indivíduo, que por si só, já é uma autoafirmação.
Aliás, Werther se enquadra naquele “documento humano, a confissão escancarada”,
da qual se refere Arnold Hauser, um dos mais famosos críticos sociais da arte,
em sua História Social da Arte e da Literatura, em época de liberalismo
político e econômico. Assim o indivíduo tinha que falar por si. Ser um liberal
consistia em ser o objeto de sua interioridade, assumir suas ideias, paixões, sucessos e fracassos.
Mas, por outro lado - sem a tradicional análise pelo viés histórico do liberal século 19, todavia pelo ainda paradoxal tema da liberdade que advém daquele, o tema polêmico do suicídio exige cuidado: seria a revolta das revoltas? seria liberdade demais optar pelo ato de se tirar a própria vida? O que ainda diz a obra de Goethe para a juventude de hoje tão isolada no seu mundo virtual de muita informação, muita diversão e também de muita depressão e ansiedade.
Mas, por outro lado - sem a tradicional análise pelo viés histórico do liberal século 19, todavia pelo ainda paradoxal tema da liberdade que advém daquele, o tema polêmico do suicídio exige cuidado: seria a revolta das revoltas? seria liberdade demais optar pelo ato de se tirar a própria vida? O que ainda diz a obra de Goethe para a juventude de hoje tão isolada no seu mundo virtual de muita informação, muita diversão e também de muita depressão e ansiedade.
Calma. O livro é ficção.
Uma poderosa ficção. O enredo
da obra se desenvolve na imaginação do leitor, uma vez que todo o livro é o
diário escrito pelo próprio Werther e outros pedaços de textos sobre o jovem suicida recolhidos por um editor. É a imaginação que vai
conduzir a história para o leitor, como assim? O enredo não é contado por um
narrador extratextual ou mesmo em terceira pessoa fora do plano da obra.
Observe os valores ficcionais: existe, repito, um “editor” (anônimo) das cartas e existe
um interlocutor, um amigo de nome Wilhelm – do qual pouco se sabe. Era quem o
ouvia através desse diário.
Werther, na verdade, não tinha penas um drama
amoroso mal-resolvido. Ele era um ser de angústias, aliás é assim que
podemos traduzir o título da obra: Os tormentos do jovem Werther.
O protagonista se considerava um “ser incompreendido” aquele que tinha feito toda sorte de
relações sem no entanto encontrar a sociedade. Seu solipsismo. Seu "eu" era uma
afronta à sociedade, uma ilha de energia incompreendida a nos dar uma pista: existe sociedade?
Existe essa maturidade para as pessoas de gênio?
Pois bem, Werther só se ajuntava por mera convenção. Em todos os momento da
obra nota-se que existe um tentativa de negar a história coletiva para assumir
a história pessoal, ou seja as cartas dos suicidas também fazem história, a dizerem que não existe natureza humana e sim história pessoal de um ato de revolta. Seu drama é que
tudo está esgotado: escrita, sociedade, paixão.
A vida burguesa termina no tédio, é o seu último e incômodo "conforto". Nada lhe satisfaz. Werther era um relativista, Tinha profundo respeito por
Alberto, o noivo de Charlotte, mas não lhe tolerava o seu jeito pedante de
afirmar alguma premissa. Sempre começava com um “é verdade que...”. Detestava
os lugares-comum. Entendam por aí a revolta de Werther, se é que é possível entender a vastidão da alma do gênio.
Seu temperamento era
de que neste mundo, raramente nós nos compreendemos uns aos outros. O agravante de sua sensibilidade: era poeta, a obra mostra uma vertente do Romantismo: o esteticismo como elemento
da concepção e percepção das coisas - a arte espelha a arte, ou melhor, o protagonista é um artista. É verdade que o
Romantismo tem um apego pela arte, gosta de seus dramas, suas turbulentas
intimidades, sua subjetividade criadora, a eterna revolta de ser jovem.
Werther possivelmente encontrará o suicídio não porque
sabe ou tem a consciência de que não será amado por Charlotte (e mesmo porque
são vários os dramas do jovem, além da natureza, de Deus e da arte) , mas por
causa talvez de um súbito “segundo eu” a que fala Arnold Hauser; “trata-se do
irresistível impulso para a introspecção, a tendência maníaca de
auto-observação e a compulsão do indivíduo em considerar-se amiúde um
desconhecido, um estranho misteriosamente remoto. A ideia do ‘segundo eu’
também é (...) uma simples tentativa de evasão e expressa a incapacidade dos
românticos para se resignarem a aceitar sua própria situação histórica e
social” (HAUSER, 1953, P. 679). Ou melhor, o romântico não renuncia, não nega
aquilo que pode lhe destruir, arruinar, matar.
O que é
plausível de chamar de o princípio básico da psicanálise, ou melhor ainda o
irracional não tem controle, não obedece, não é dominado pelo consciente. A
liberdade está no irracional, por isso o gosto pelos instintos, pelos sonhos,
pelos devaneios, pelo êxtase, pela fuga, pelo escape até mesmo da vida.
Por outro lado, um romântico não vê vantagem no
que é nítido e bem definido como apregoa a arte
clássica – tudo tem um sabor diferente quando se pode ler uma obra
aberta e, especialmente aquela que não se realizou, como é o caso de Werther.
Lembrar que à época de Goethe, o público leitor era deveras entusiasmado com a
literatura, graças ao acompanhamento da imprensa, uma imprensa literária.
Podemos chamar ao romance de Goethe como um romance da desilusão. Para o jovem
Werther a única ação sensata é o suicídio. Para se fazer uma observação quanto
à temático do EU e o MUNDO, Goethe tem essa inclinação literária ao escrever em
1795 o Anos de Formação de Wilhelm
Meister, no qual expõe um verdadeiro diálogo entre sujeito e mundo. Goethe foi
um dos maiores estudiosos de seu tempo (geólogo, botânico, anatomista, físico,
historiador da ciência) e como crítico e teórico da literatura e da arte.
O livro em si tem três partes:
o livro primeiro, o livro segundo e a parte chamada “do editor ao leitor”, que
faz uma interferência nos diários de Werther para “completar-lhe com esse
relato”, de seu seu próprio punho, redigido por um editor, observem aí, a
participação de um editor na confecção do livro, atitude provocadora para
atrair a curiosodade do leitor? Talvez, o que importa é que o “ediotor” irá chamar
o pobre Werther de “um homem que se elevou acima do vulgar”. Sim, era o artista
que sofria a realidade de ser um artista. “Alberto quase sempre se retirava da
sala quando Werther ía visitar sua esposa; mas não o fazia por ódio, por
aversão, e sim por sentir que sua presença era penosa para o amigo”. Pode-se
ver nesta cena quanto que o jovem poeta era o pobrezinho até mesmo o rival que o via sem alguma chance de lhe roubar Charlote.
Goethe, depois, iria dizer que o Romantismo é uma escola de doentes, como o seu protagonista, e a sociedade enxerga esse artista como o “pobrezinho”, o “marginal”, o “deserdado” – condição do artista diante da própria sociedade capitalista - sociedade de mercado - quando se pergunta: o que relmente produz e vende o poeta. Tudo
se interpreta no romance como condição do artista moderno.
Quem o aconselha “a
partir” é o próprio amigo confessor,
Wilhelm; e quem lhe dará as pistolas para o macabro final será o próprio
Alberto, que, sem saber, e atendendo-lhe o pedido de que as armas serviriam
para uma “viagem”, manda-lhes por intermédio de um criado entregar ao próprio
Werther. O suicida reconhece que as armas passaram pelas mãos de Charlottte e
diz para si “Você mesma, Charlotte,
forrnece o instrumento que vaim cnsumá-lo! Desejei receber a morte de suas
mãos; e é de você que a recebo hoje! Interroguei o meu criado e ele contou-me
que você tremia ao entregar-lhe as pistolas, e não me enviou um adeus”. Werther
será encontrado pelo criado ás 6 da manhã
estendi ao ao solo com uma bala na cabeça, acima do olho direito, morrerá ao
meio dia e será sepultado à noite às 11 horas entre duas tílias ao fundo do
cemitério, nenhum padre acompanhou o cortejo, cuja urna fora conduzida por
trabalhadores.
Para o jovem Werther, a vida
era uma “morte prolongada” , e o mundo um hospital, entenderemos melhor os
românticos quando Baudelaire chamará de "Taedium vitae", depois de perceber que o
niilismo vem dos eslavos, o pessimismo dos germânicos, e as neuroses solitárias
e esquisitas dos latinos. E assim chegamos às origens do Romantismo pelo seu sentimentalismo.
Lembremos que o Romantismo surgiu na Escócia, das montanhas da Highland quando de lá desceram as canções populares às tavernas nas compilações de Robert Burns e pouco depois chegou à Alemanha - e todo esse trajeto está nas páginas finais do romance de Goethe com uma certa dosagem sim de um historicismo, outra vertente do movimento romântico.
.
Pelo lado social, a burguesia começava a ser a nova
aristocracia. O velho mundo começava a dar lugar ao jovem que é genioso e
revolucionário. Os leitores de Werther serão, assim, apaixonados, sensíveis,
introspectivos em sua maioria pequenos gênios, pequenos burgueses.
O jovem é a imagem e semelhança
do mundo de desejos possibilitados pelo dinheiro. Aliás o mundo burguês também era jovem. Werther era rico,
famoso, inteligente, porém infeliz, um ícone da burguesia que não se satisfaz
em seu mundo rotativo e refém do desejo. Sobraram febres e crises de identidades e
suicídios causados pela repercussão da obra.
Não devemos esquecer que o
escritor romântico atingia um público leitor especial: a mulher e o estudante.
E é justamente sobre este que recaía um problema antigo, mas que no romance
ficaria evidente: atingia deveras, então, a juventude pela problemática da
afirmação da individualidade. "Juntei cuidadosamente tudo quanto me foi
possível recolher a respeito do pobre Werther" diz a pequena nota inicial
de um editor fictício. Os "pedaços" se juntarão com o próprio diário
do jovem suicida. Um quebra-cabeça, cuja montagem é a própria narrativa.
Wether não tem sobrenome. É um
nome ímpar, solitário. É um poeta, vive entre as dúvidas porque prefere criar e recriar a sua solidão.
É alguém que não tem pretensões nenhuma. Reconheceu a sua solidão quando amou.
Sua paixão foi a porta aberta de uma descoberta surpreendente. Ele mesmo não
tinha mais amarras com a sociedade que lhe cercava.
Esforçou-se mais do que pode a
sua natureza humana. Werther acabou influenciando até mais que seu próprio
criador, porque o leitor o levou ao seu mesmo fim, o fim trágico de Werther.
"Os homens sofreriam mesmo se não se
aplicassem tanto" diz a primeira página de seu diário, datando 04 de
maio. Toda a sua incrível introspecção o fez um romance fundador de uma
narrativa intimista, nova e trágica. O diário como forma literária a ser explorada e a
curiosidade sobre o íntimo de um jovem amante apenas na imaginação.
O Romantismo teve profunda
consciência na Alemanha, tanto que o um movimento chamado Sturm und Drang já
havia despontado o drama do teatro de radicar no tormento do mundo o cerne do movimento.
Claro que é necessário ver o Romantismo na Alemanha talvez, como um dos mais
solitários e desamparados da Europa: não tinham o apoio da República francesa e
nem o liberalismo inglês. Goethe é um escritor que tem uma impressionante
consciência da natureza ficcional da escrita. É uma narrativa de um potencial
sugestivo essencialmente literário.
A literatura romântica não é
instrutiva e contra isso – em seus dois mil anos de literatura deliberadente
pedagógica, instrutiva, prazerosa, agora depara-se com a lágrima, o êxtase e ás
vezes até o desmaio, a revolta. Uma literatura da expressão deixa lugar para uma
literatura da impressão, ou pelo menos da introspecção. A arte não é modelo mais e sim puro gênio. Werther é
um poeta, tradutor, pesquisador e dono de seu fim.
Seus indivividualismo tem na
vedade uma razão de ser. Acontece que a mesma relação turbulenta no amor,
Werther possui em relação a Deus e a Natureza. É claro que este romance é um
ensaio sobre a psicologia – que diríamos – moderna sobre a consciência humana isolada de tudo isso,
especificamente no que há de trajetória de juventude. Não é entretanto, uma
literatura para jovens. Não foi com esse propósito que o Romantismo surgiu.
Fridrich Maxmilian Klinger em sua introdução
ao Romantismo, na obra Antologia humanística alemã, faz as seguintes
ponderações: a literatura para ser original tem que ser individual, e a criação não precisa de regras. É bom lembrar que na Alemanha a reação ao
Iluminismo começa por volta de 1770. e dentre outros aspectos dessa revolução interior, a criatividade não tem que ser tolhida, e a cultura nem sempre é sinônimo de arte quando se reconhece o filósofo suíço-francês Jean
Jacques Rousseau o primeiro a formular
tais teorias.
A rejeição ao artificialismo chega ao máximo e procurava-se na
natureza o homem: o homem encontrou a história e sua solidão. Na busca pela originalidade, a
poesia popular foi valorizada, principalmente canções e contos de fadas,
começaram a surgir as coleções. Buscava-se escrever de maneira simples e
despretensiosa. O classicismo tinha sim uma linguagem refinada; não
necessariamente o Romantismo que aproxima-se do selvagem, do pântano, da
charneca, na Alemanha; no Brasil será a várzea, a selva, a Mata Atlântica, as
palmeiras do Maranhão, o quintal na infância, a fronteira com o Paraguai.
Agora, especificamente sobre o
romance, sabemos que este vai destronar a poesia no Romantismo. O romance será
o gênero da burguesia porque é o mais acabado e o que melhor se encontra com o
desenvolvimento da imprensa. E também da nova forma de leitura que deixa de
ser coletiva e passa a ser solitária.
Goethe criou a modalidade do romance
típico do leitor solitário, passional e introspectivo - pois nem todos os romances eram para ser lidos
dessa maneira. Antes, eram as tradições da voz, leituras coletivas como atestam a novelas de
cavalaria de tempos de outrora ou mesmo os romances em capítulos, saídos ao
público ainda acostumados à leitura em capítulos.
Werther torna-se, assim, o romance da condição
trágica de individualidade e isolamento do homem moderno.
O tempo presente é algo
medíocre; o tempo tem as suas variáveis alongadas para um passado originário e para um futuro
desafiador.
O herói romântico é a imagem
de Werther. O seu registro de vencer os
desafios impostos são muitos:
"Tenha a bondade de dizer à minha mãe que me
ocuparei, da melhor forma possível, do negócio de que ele me incumbiu e
mandarei notícias dentro em breve."
Pelo menos, no seu diário é
uma espécie de primeiro desafio dado as circunstâncias de seu mundo burguês e a
sua condição de jovem pertencente à família típica do século XVIII:
comerciante, estudante e... infeliz. Sua voragem por uma ânsia desconhecida
cria-lhe um estranho sentimento. Sua existência é um vazio. Sua prepotência
chega a ser gritante diante do esplendor da natureza e diante do amor absoluto
que reflete nas passagens de suas divagações.
"Oh! Se tu pudesses exprimir tudo
isso! Se tu pudesses exaltar, sequer, e fixar no papel tudo quanto palpita
dentro de ti com tanto calor e plenitude, de modo que essa obra se tornasse o
espelho de tua alma, como tua alma é o espelho de Deus!"
A sua procura é pela
sociedade. Não a acha. Todos vem ao mundo de Werther mas ninguém o toca em sua
essência. A falta do que não existe assunta-o ainda mais. Ele não encontra a
sociedade. E se encontra algo, isso se chama incompreensão.
Parece que o que
ele busca é só uma busca. Somente o seu coração deu-lhe uma resposta. Uma alma
eleita que o fará tudo aquilo que ele será capaz de ser. O seu coração envolve
toda a natureza. Werther ama uma complementaridade que só pode ser de
arrebatamento, o romper a regra, destroçar o invólucro que pesa todo a existência.
"toda regra destrói o verdadeiro sentimento e a verdadeira expressão da
natureza" (p. 22)
Como diz George Braque: “A regra corrige a
emoção; a emoção corrige a regra”. A frase que serve para espelhar a citação
acima é motivadora do cubismo. Wether é o gênio reprimido, e só o gênio é capaz
de romper as prisões do gênio. E assim, só a ruptura caracterizará o gênio. A
visão agora tem que ser inversa: Vem de dentro uma erupção capaz de assinalar a
presença do herói moderno. Sua solidão é a sua força.
Werther busca a sua força
sozinho. Esta que passou a ser uma forma de afirmação do homem moderno, a sua
individualidade. É o outro, mas não existe o outro para a individualidade
romântica. Parece que a assimilação do indivíduo é que se faz como um princípio
ordenador de si mesmo para si mesmo. Não existe todos, como espaço coletivo e
nem pode haver. O Eu passa a assumir todas as formas. O Eu é toda descoberta e
todo início. A rejeição do outro. Não dá para ser o outro. A expressão falta e
um caos instaura-se.
"Não! Palavra alguma pode exprimir a ternura
que transpareceu em seus gestos e no seu rosto." (p. 25)
A súbita paixão, avassaladora
repõe tudo o que o Eu não possuía até então. Daí a repentina fragmentação
causado pela descoberta do eu, vazio de si mesmo. A solidão romântica é a
ameaça do outro. A paixão é trágica porque o outro nunca é compatível.
O amor
não tem culpa do que provoca: por toda parte o fogo é o mesmo. O centro irradia
para a circunferência de onde tudo reflui: é o único diálogo. Toda solução está
distante. Wether espelhou toda uma juventude que sonhava amadurecer por si
mesma. O contraponto do Eu é o Outro ou é o Eu mesmo? Ou é o Eu espelhado no
Outro.
Mas os negócios estão por
serem restabelecidos. Relações regulam a vida das pessoas. A palavra
"emprego" é corrente: um lugar de estabilidade para trabalhar. "Arranjar um bom emprego" é uma
frase que se diz à boca do romance, e o romance é o gênero da burguesia. A
burguesia precisa ler o seu romance.
Os olhos de Charlotte são
negros. São violentos para Werther. E, para o romântico, a
morte surge como a última revolta, a mais poderosa das liberdades.
Caminhante sobre o mar de névoa, de Caspar David Friedrich

Caminhante sobre o mar de névoa, de Caspar David Friedrich

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