Mais uma vez é 22
de abril - dia de redescobrir o Brasil.
Foi pela água para beber – água é citada 23 vezes na famosa
carta, “porto de aguada” diriam os cronistas-navegadores que há cinquenta anos
antes de Caminha já descreviam rotas, correntezas, descrição de animais, de gente,
das medidas náuticas.
Constataram que a correnteza mais veloz descia pela Costa de
Vera Cruz para a viagem à Índia ser mais rápida e se antecipavam ao litoral
brasileiro uma faixa ao Tratado de Tordesilhas de 1494, cuja linha imaginária, dentre tantas aferições a partir do arquipélago dos Açores, umas mais para lá e outras mais para cá, passaria pela futura Santa Maria de Belém do Grão Pará e Laguna em Santa Catarina.
Era o suficiente.
Ficaram provavelmente nove dias.
Tiveram sorte: uma nau das maiores levava duas horas para
navegar com o vento. Eram muito vulneráveis a ataques.
A palavra "sertão" já era usada pelos cronistas,
em seus relatos de viagem e bem diferente daquela que entendemos hoje.
"Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta mais ao
Sul até a outra ponta ao Norte, do que nós pudemos observar deste porto, é tão
grande que deve ter bem ou vinte e cinco léguas de costa. Ao longo do mar, têm,
em algumas partes, grandes barreiras, uma vermelhas e outras brancas; e a terra
é toda chã e muito formosa. O sertão nos pareceu, visto do mar, muito grande;
porque a estender os olhos não podíamos ver senão terra e arvoredos – terra que
nos parecia muito extensa.
[...]
a terra em si é de bom clima, fresco e temperado, como os de
Entre-D’Ouro-E-Minho, nesta época do ano. As águas são muitas; infinitas. De
tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por
causa das águas que tem!" (Pero Vaz
de Caminha)
Benilton Cruz – membro da Academia Maçônica de Letras do
Estado do Pará, AMALEP, cadeira nº 11, patrono Mário de Andrade, Primeiro Vigilante
da Loja James Anderson 101, do Oriente de Belém PA, professor do Curso de
Letras da UFRA, editor do blog Amazônia do Ben.
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