A QUALIDADE ÚNICA (E PLURAL) DE FRANSSINETE FLORENZANO
Nossa justa e perfeita homenagem de hoje vai para a jornalista, advogada, poeta, cronista, grande comunicóloga, Franssinete Florenzano, que toma posse hoje à cadeira de número 29 da Academia Paraense de Letras, a terceira mais antiga do Brasil.
A cadeira 29 tem como patrono Múcio Javrot, cujo último ocupante foi Miranda Neto, e o quem tem em comum Franssinete Florenzano com o primeiro ocupante da cadeira?
Muita coisa!
A versatilidade com a palavra é uma delas e o amor ao jornalismo é outra. E o fato de ambos terem em comum a vivência entre duas cidades: Múcio Javrot, entre Macapá e Belém, e Franssinete Florenzano, por sua vez, entre Belém e Santarém.
Múcio Javrot era pseudônimo de Joaquim Francisco e Mendonça Junior, nascido em Macapá e que se mudou para Belém, atuando como jornalista, poeta e político.
Foi um dos fundadores da Academia Paraense de Letras, e o primeiro ocupante da Cadeira número 29. Sua poesia teve forte influência de Castro Alves, tendo sido um amazônico "condoreiro", provavelmente o mais importante surgido na Amazônia em seu tempo.
Publicou em 1884, o seu único livro, "Crepusculares", sob apurada linguagem altiva e galvanizadora do público ouvinte, como assim se caracteriza o Condoreirismo castroalvino. A influência de Tobias Barreto também se faz sentir.
Foi fundador do jornal Pinsonia, que circulou inicialmente em Belém e depois em Macapá. O falecimento de Mendonça Junior ocorreu na capital amapaense, onde dedicava-se ao jornalismo e ao magistério.
O poeta macapaense é também patrono da cadeira número 25 da Academia Amapaense de Letras.
E sobre Franssinete Florenzano fica até difícil de sintetizar seu currículo literário, ainda da sua infância e juventude em Santarém, rabiscando pequenos retratos de poesia ou de crônicas até chegar hodiernamente falando, a reponsabilidades como dois mandatos à frente da Academia Paraense de Jornalismo (APJ), membro da Associação Brasileira de Jornalistas e Turismo (ABRAJET), do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós (IHGTap), de ter participado da histórica Comissão de Justiça e Paz da CNNBB Norte 2, de ser filiada ao Sindicato de Jornalismo no Pará, da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJA), de ser a incansável editora do Portal Uruá-Tapera, e de sua competência como assessora de Comunicação da ALEPA e reconhecida agitadora cultural.
A Academia Paraense de Letras ganha a versatilidade da sempre jovem Franssinete Florenzano, ganha a verve plural de poetisa à jornalista de uma autora já bastante experiente na lida sobre o imprescidìvel tema: Amazônia.
E ganha acima de tudo uma integração com outras academias e institutos, alargando ainda mais a necessária comunicação e divulgação dos valores literários amazônicos entre Óbidos e Belém, assim como o fez Múcio Juvrot, entre Belém e Macapá.
Com certeza, a APL terá um destino de intercâmbio, interconectividade, interação, juventude e energia nos próximos anos.
Texto e pesquisa:
Benilton Cruz
Doutor em Teoria e História Literária, Pós-Doutor em Estudos Literários, Membro da Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará (AMALEP), cadeira nº 11, patrono Mário de Andrade, Maçom da Loja James Anderson 101, Professor da UFRA, Universidade Federal Rural da Amazônia.
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