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10 DE DEZEMBRO, VISITA DA AMALEP À ARLMS RENASCENÇA Nº 03

 


 

Como posso começar uma saudação a uma loja maçônica que tem valorosos irmãos em comum com Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará – AMALEP senão com agradecimento?

 

Agradecer primeiro à Renascença que faz História à duplicidade de Maçonaria e Literatura nesta noite, “emprestando” à nossa Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará, os seguintes irmãos: Ricardo Albuquerque, nosso presidente, da cadeira nº 26, patrono Dom Pedro I; Leonam Gondim da Cruz Júnior, da cadeira nº 30, de Tiradentes; Cristiano Oliveira da Silva, na cadeira 39, do Barão do Rio Branco; Moysés Maurício Hamoy Júnior, da cadeira Nº 25, patrono: Gonçalves Ledo; e Marcelo Holanda, da cadeira n º 31, de Justo Chermont.

 

São irmãos que têm em comum com as letras & o espírito das letras o valoroso desafio da liberdade, pois sem ela, não estaríamos aqui reunidos – afinal até o Grande Arquiteto é revolucionário ao libertar seu povo e conduzi-lo à Terra Prometida – Deus sabe que sem liberdade nem culto há.

 

Ricardo Albuquerque lançou sua dissertação de mestrado, “Ecofilosofia: Do Antropocentrismo ao Ecocentrismo” como livro em 1999, - prestem atenção a esse número emblemático - tudo mudou para dígitos diferentes - os anos 2000 – 1 passa para 2, 9 para 0, novamente 9 para 0 e outro 9 que vira 0 – um recomeço?

 

Ano 2000.

 

É nesse sentido que eu quero alertar para esta publicação: ela vai mudar sua concepção de mundo porque exatamente tudo mudou a ponto de a importância ser dada à natureza, ficando o homem em segundo plano.

 

O autor divide o seu livro em três momentos significativos: o cósmico, o existencial e o jurídico. Não vou comentar cada ponto e vou direto ao assunto do livro: o da colisão entre tecnologia e natureza, resultando um novo mundo. 

 

Explico.

 

A questão evidenciada pelo autor é a rota de colisão da tecnologia com a natureza cuja saída é justamente o retorno à harmonia de Gaia e Pachamama, a volta à saúde real, por exemplo, da Ayahuasca, o vinho das almas, citado ao final da obra, como uma chave, a contribuição da Amazônia, dentre outras, a dilatar nossa consciência, nossa sincronia, psicologia e espiritualidade, a tríade indissolúvel de nosso verdadeiro futuro.

 

Assim, o autor encontra na Profecia Celestina uma resposta, no famoso romance de James Redfield, um misto de aventura e misticismo, a apontar nove passos à evolução espiritual, um livro publicado em 1993 nos EUA, e traduzido no Brasil em 1994, e bem lembrado pelo autor da dissertação ao ponto nevrálgico da questão: 

 

"Dentro de uma perspectiva para o próximo milênio, tem-se que a raça humana vai mudar em consciência de uma evolução consciente, reduzindo voluntariamente nossa população a um ponto sustentável para a Terra".

 

Sejamos francos: - que Lei vai reger essa redução voluntária de nossa população a um ponto sustentável? 

 

Que filosofia? 

Que religião? 

Que tecnologia? 

Que ciência?

Que política?

 

Bem. Apenas, recomendo o livro do professor, procurador de Justiça, e filósofo, Ricardo Albuquerque.

 

Por sua vez, nosso irmão Leonam Gondim Da Cruz Júnior escreve para o público mais exigente: o infantojuvenil – tente ler um livro para o seu filho e veja como as crianças pedem para você não pular aquela parte que você esqueceu? Sim, contar é um excepcional exercício de memória – principalmente quando você, pai, contador de histórias, já leu essa história e esqueceu.

 

"A criança é a fase mais pura do ser humano" é a ilustre tese que permeia a obra infantojuvenil de Leonam Cruz, tudo por um mundo que "deveria ser de acordo com os olhos de uma criança", alerta o escritor.

 

Pelo menos em três de seus livros, Luce e o Passarinho, O Grilo Zinho e O Nome do Bem-Te-Vi, a situação é de que as histórias para crianças acontecem realmente bem pertinho da gente, e por que não com a gente mesmo?

 

Marcelo Holanda tem seus livros no ramo do Direito, mas não vou falar de leis e suas implicâncias com a ordem e a desordem – vou deixar o irmão se manifestar sobre uma pergunta que lhe fiz: qual foi sua experiência marcante na Renascença nº 3? E ele prontamente de me respondeu pelo Whatsapp: “mano, a minha experiência mais marcante na Renascença n 3 foi no dia que lá eu vi a Luz, quando me desvelaram os olhos e ainda com a vista embaçada olhei aquele templo imponente, minhas pernas começaram a tremer e a partir daquele dia eu senti a presença do GADU naquele templo, naquela loja e em todas a sessões que eu lá participei, tive a honra de ser VM e sentar no trono de Salomão, e lá conduzir os trabalhos daquela augusta e respeitável loja, benemérita da Ordem, mas sem dúvida nenhuma, quando a gente se enfileira para adentrar naquele templo maravilhoso, não há  que não sinta essa energia”.

 

E como falar de Moysés Maurício Hamoy Júnior?  Um irmão que dispensa currículo, basta lembrar as palavras: honra, objetividade, cooperação, vitalidade, e amor fraternal, amor filial, amor paternal, exemplo de irmão dedicado à família. Bem, eu deixo sua filha falar: “Meu pai é aquele que tem o maior amor do mundo, é direto em palavras e mais ainda em atitudes, único par de danças e faz de tudo por quem ele ama.

 

Ele tem a mente preocupada com o futuro, mas que se recusa a aceitar pouco ou pensar apenas no presente.

 

Sempre me disse: Vá e faça e eu sabia que ele estaria ali para me apoiar em tudo, até nas nossas eventuais quedas.

 

A sorte percorre aqueles que o tem como amigo e mais ainda os que o tem como irmão amado, mais sorte tenho eu, meu irmão e minha mãe que temos espaço de boa parte desse coração grande que ele tem.” (Beatriz Hamoy).

 

E o Cristiano que já chegou chegando: premiado na Antologia Memórias de Minha Iniciação sem ainda fazer parte da Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará, com uma bela crônica a registrar o início também de uma amizade, desde o momento de sua Iniciação, com o professor e Dr. Édson Júnior Silva da Cruz, afinal  a amizade é, como diz o cronista premiado Cristiano Oliveira da Silva, “ [...] é o verdadeiro testemunho do pacto de FRATERNIDADE que é sacralizado desde épocas imemoriais em nossas cerimônias de iniciação na Maçonaria Universal, sendo portanto esta a minha mais preciosa lembrança do dia em que passei por esta cerimônia”.

 

Irmãos, deixo os irmãos-escritores desta distinta loja falarem por mim. Aqui há uma verdadeira oficina, uma loja, palavra do sagrado sânscrito – “loudge” - “mundo” em português – e que belo mundo é esse! De homens verdadeiramente livres e de bons costumes com as letras & o espírito das letras.

 

 

Benilton L Cruz – Secretário da Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará (AMALEP), cadeira nº 11, patrono Mário de Andrade.


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