Sim, sempre existiram.
E tomei a liberdade de pesquisar: "os guerreiros vikings recitavam poemas em campos de batalha. Na hora do combate, enquanto alguns treinavam, outros improvisavam versos. Criar estrofes e recitá-las era considerado uma habilidade do homem nórdico e estava presente do café da manhã ao jantar. Qualquer situação era motivo de declamar", diz um site aí da vasta rede de informações da internet.
Lembro que o historiador islandês medieval Snorri Sturluson, dizia que a Edda em Prosa, considerada a maior fonte literária da mitologia nórdica, descrevia episódio na Saga de St. Olaf, datada de 1230, um episódio que ilustra bem essa ligação entre verso e guerra.
Assim, antes da batalha de Stiklestad, em 1030, o rei Olaf 2º, da Noruega, pediu ao poeta do reino recitar alguns versos.
Foram tão épicos que os sobreviventes agradeceram ao poeta por ter levantado o moral da tropa. Apesar da derrota (o rei foi morto) transformou-se em um poema inesquecível.
Lembrem dos nórdicos que tinham um incrível poder de concisão quando forem ler ou escrever poemas, seja na paz ou na guerra.
Nórdico antigo:
Fylliz fiǫrvi
feigra manna,
rýðr ragna siǫt
rauðom dreyra.
Svǫrt verða sólskin
of sumor eptir,
veðr ǫll válynd
Vitoð ér enn, eða hvat?
Inglês moderno:
It sates itself on the life-blood
of fated men,
paints red the powers' homes
with crimson gore.
Black become the sun's beams
in the summers that follow,
weathers all treacherous.
Do you still seek to know? And what?
Português literal:
Sacia-se no sangue da vida
dos homens predestinados,
pinta as casas dos poderes de vermelho
com sangue carmesim.
Os raios solares tornam-se negros
nos verões que se seguem,
todos os climas ficam traiçoeiros.
Ainda quer saber? E o quê?
Tradução livre: Benilton Cruz
Lutar com as palavras é adentrar também em uma perigosa batalha mental.
- Todo poeta é um guerreiro!
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