Mais um belo resumo do conto de José Saramago, a Ilha desconhecida, desta vez, escrito pela aluna Elisa Santos, aquando do curso da disciplina Literatura Portuguesa Contemporânea, por mim ministrada, nos mostrando, em sua síntese, que não adianta o ser humano buscar fora de si o que ou quem realmente ele é!
Não adianta navegar mundo afora sem o seu autoconhecimento. Não adianta viajar a outros planetas carecendo de uma resposta para si mesmo sobre seus desejos, vontades, e saberes: - a ilha somos nós mesmos!
E aí? Já começou a sua viagem em torno de si?
Você conhece a sua ilha desconhecida e como chegar até ela?
"O conto da ilha desconhecida, de José Saramago, gira em torno de um homem que vai até o rei pedir que lhe dê um barco. No castelo, o homem logo se dá conta de que há duas portas: a porta dos obséquios, onde o rei ficava a maior parte de seu tempo recebendo presentes e a outra, que seria a porta das petições, onde o monarca raramente aparecia e que para se conseguir algo, havia um processo rigorosamente burocrático que atrasava ou anulava a maioria dos pedidos. O homem, porém, estava decidido a conseguir o barco e exigiu que o rei o atendesse, ficando ali por três dias, deitado à porta.
Quando questionado sobre o porquê de querer um barco, o homem responde que pretende encontrar a ilha desconhecida, porém essa ilha obviamente não existe, de acordo com os geógrafos, mas o homem insiste que vai achá-la. Ainda que tenha ocorrido muitas adversidades em torno desse pedido, o homem não se abateu e não desistiu dele, sendo que, depois de muita insistência, o rei decidiu que lhe daria um barco.
Apesar de o homem não encontrar outras pessoas que se dispusessem a acompanhá-lo nessa aventura em busca de uma ilha desconhecida, a mulher da limpeza que estava sempre ali, na porta das petições recebendo o povo, decide abandonar sua função e sai pela porta das decisões, que raramente era usada, e parte atrás do homem e seu barco.
O conto continua, girando em torno dessa busca do protagonista pela ilha desconhecida, uma ilha que ele nada sabe a respeito mas que, por fim, ele acaba encontrando onde menos esperava. A história é uma metáfora sobre a busca do homem por aquilo que ele ainda não conhece, a busca pelo o que é novo, ainda que seja rodeado de incertezas. A ilha desconhecida somos nós, nossos sonhos e nossa busca incessante por eles, desafiando aos outros e a nós mesmos. É necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós; é necessário ter coragem para sair pela porta das decisões, pois é através dessa coragem pela busca do desconhecido, fora da zona de conforto, que o homem finalmente se encontra".
Elisa Santos
Aluna do curso de Letras - UFPA - Polo Tomé-Açu
Obrigada, Professor Benilton! Grata pela sua dedicação, suas experiências compartilhadas e por postar meu singelo texto aqui no Etnopoesia. Ah! Saudades das aulas e dos exercícios diários antes delas kkk Abraços!
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