Guilherme Paraense, nascido em Belém em 1884, foi o primeiro esportista brasileiro a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpico. Foi atleta do Fluminense Football Club, no Rio de Janeiro, onde morreria em 1968. Militar integrante do Exército Brasileiro, com a patente de tenente, Paraense embarcou para Antuérpia, em 1920, com mais sete companheiros de modalidades diferentes (natação, polo aquático, saltos ornamentais, remo e tiro esportivo) a bordo do navio Curvello, todos por conta própria, já que a CBD não pagaria a viagem dos atletas.
A precariedade era muito grande, viajaram de 3ª classe, em camarotes pequenos e sem ar, os atletas resolveram dormir no chão do bar, depois que o último cliente saísse e precisavam acordar cedo para treinar improvisadamente no convés.
Desceram em Lisboa, de onde prosseguiram de trem até a Bélgica, informados de que o navio não chegaria a Antuérpia a tempo de participarem das provas. Viajaram em um trem aberto, sob chuva e sol. Depois de uma viagem de 27 dias, na conexão em Bruxelas parte das armas e a munição de Paraense foram roubadas (outra versão diz que funcionários da alfândega belga teriam confiscado o material: as armas e a munição dos brasileiros. Um revólver calibre 38 e 200 balas).
Chegaram ao destino? Não! Caminharam mais 18 km até Baverloo, o local das disputas na Olimpíada de 1920. Com tantos percalços, a equipe brasileira de tiro, formada por Afrânio Costa (capitão), Sebastião Wolf, Dario Barbosa, Fernando Soledade, Demerval Peixoto, Mario Maurity e Guilherme Paraense, chegou aos Jogos de moral baixa, com fome e sem material esportivo.
Impressionados com a situação dos colegas, os atiradores americanos lhes emprestaram armas e munição, modernas e fabricadas especialmente pela Colt, e com elas os brasileiros derrotaram seus benfeitores, ganhando ouro, prata e bronze no Tiro (Há versões que desmentem essa gentileza dos americanos).
Paraense venceu a prova de pistola rápida, acertando na mosca na prova de desempate individual e conquistando a primeira medalha de ouro olímpica brasileira, em 3 de agosto de 1920, e foi medalha de bronze por equipe na prova de pistola livre. Em área descampada vizinha a Waterloo, o emblemático lugar onde o exército de Napoleão Bonaparte foi derrotado por ingleses e prussianos, um brasileiro de Belém do Pará escreveu a História.
A arena com o seu nome, em Belém, PA, justa homenagem, o "Mangueirinho"
Fonte: wiikipedia e Efemélides do Éfemello
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