Era
um Texto de Consulta,
uma
folha de rosto,
uma
orelha,
um
corpo de páginas,
um
miolo – e uma palavra que
Nasce
Fere
Mata
Coisa
Ressuscita.
Caramba,
quem
tocar neste homem
toca
num livro,
um
livro chamado Murilo.
Benilton Cruz

Era assim que conhecíamos um poeta na biblioteca, pelo "livro de consulta", aquele exemplar único das prateleiras de poesia, no caso específico, eu consultava na biblioteca da UFPA ou a do Centur, no centro de Belém.
Consulta aqui é ambivalente: pesquisa que não pode sair do recinto.
E claro, coloquei nos meus versos uma intertextualidade, uma quase citação de um dos poemas de Murilo Mendes que fala justamente da palavra e seu teor quase que teológico de reavivar (como a poesia) a própria palavra.
Murilo é um corpo que se toma como palavra.
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