O VENDEDOR DE ESPERANÇA, por MARIZABETH LIRA. ESTUDANTE DO CURSO DE LETRAS DE TOMÉ-AÇU, PA. Após uma aula sobre Lima Barreto, pedi aos alunos que escrevessem uma crônica sobre um fato acontecido na vida. E o resultado foi esse:
O
vendedor de esperanças
Sabe
aqueles dias em que você não está bem, que tudo resolveu dá errado em sua vida?
Você acorda e pergunta o que está fazendo ali? Sim, muitos já passaram por esse
dia e comigo não deixou de ser diferente.
Era
uma manhã cinzenta e eu estava muito envolvida com meus problemas que para mim
não eram poucos, e a cabeça estava a mil, me sentia muito só, então liguei para
uma amiga e ela me convidou para passar o final de semana na praia local em que
ela morava, segundo ela um lugarzinho convidativo chamado paraíso, nessa hora
sentir o clima do paradoxo, eu vivendo no meu maior inferno astral, fui
convidada para passear no paraíso que legal!
Não
tive muita escolha e fui, meio sem vontade, aliás vontade nenhuma mas resolvi
arriscar era só o que eu tinha para o momento, minha amiga disse qual ônibus
tinha que pegar, qual local teria que descer e que iria me buscar no terminal
rodoviário daquele lugar, e assim foi.
Quando
cheguei, fiz tudo como combinado, desci do ônibus sentei em banquinho do
terminal, eis que de repente do meio do nada surge aquele menino franzino, mas
com um sorriso que contagiou todo o ambiente, sentou ao meu lado e perguntou,
se eu queria comprar chocolates, nossa! Ele chamou a atenção, era noite e
aquele moleque naquele horário em que meu filho está guardado em casa, estava
na rua olhei para ele e primeiramente perguntei seu nome, onde morava, se
estudava, sua idade e ele respondeu aos meus anseios.
O vendedor
de chocolate de sorriso bonito disse seu nome, falou também que tinha nove anos
de idade e que não tinha mais pai, que vendia chocolates para ajudar a mãe que
estava doente, nessa hora, somente nessa hora seu sorriso se foi e ele ficou
triste, falou ainda que estava bem nos estudos que gostava muito de jogar bola,
disse que precisava ficar até tarde da noite para vender todos os chocolates,
pois assim, ganharia mais dinheiro e aquele sorriso voltou a reinar outra vez.
Naquele
momento, fiz o que era necessário fazer, comprei todos os chocolates daquele
garoto e ele mais uma vez com aquele sorriso que era peculiar só a ele
agradeceu, disse-me que o almoço ¨estava garantido¨ confesso que me senti
pequena diante de tanta grandeza, ele tinha mais problemas do que eu, mas
estava ali batalhando correndo atrás dos sonhos¨. Em seguida ele entrou em um
ônibus e partiu, me deixou ali com aquela lição de moral jogada na minha cara,
então eu o invejei, coloquei um sorriso no rosto e esperei, sentadinha naquele
lugar chamado paraíso.
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