Hoje sonhei que via um velho índio inca com um condor atrás de si,
cujas asas se abriam, protegendo o peruano, como se guiasse esse sábio senhor por
um caminho de montanhas e de alturas. Esse velho sacerdote empunhava uma
bandeira com o perfil de um cavalo, o rosto largo, branco e poderoso, imagem
emblemática – como todas as imagens dos sonhos são.
Pois bem, eu acordei e procurei interpretar o significado deste sonho e
não encontrava sentido algum.
Guardei-o comigo.
Curiosamente, hoje, precisei ir ao centro da cidade resolver um
problema na minha conta bancária, e depois de estacionar o carro, caminhava eu
pela calçada quando de repente vi um cavalo que ofegava em uma carroça
carregada de papelão e outros recicláveis. Visivelmente, sofria o peso, a
idade, os maus-tratos. Via que estava muito cansado e respirava com dificuldade,
mas se mantinha de pé. Literalmente estava ele com alguma doença, uma pneumonia
talvez. E eu parei e disse cadê o dono desse cavalo? Esse cavalo respira mal –
ele está com pneumonia!
E não aparecia ninguém. O pobre coitado estava à sombra de uma árvore e
sofria. Foi quando me dispus a rezar por ele, diante da minha impotência e de tamanha ingratidão,
afinal este belo animal nos ajudou desde tempos remotos a mobilidades extremas.
Senti o quanto somos ingratos. Orei, e então me lembrei do sonho, e
comecei a chorar.








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