Fantasmagorias existem em toda parte, e enxergá-las é uma arte, assim como a sua lida com a literatura fantástica, essa que nos faz lembrar que toda literatura começa (e termina) com o próprio fantástico, de contar e de imaginar, desde o princípio genesíaco ao apocalíptico temor das narrativas sagradas.
Nada é superior ao verbo ordenador de cosmogonias, teologias, encarnações, espiritualidades paralelas, superiores e inferiores - e nada mesmo - aproxima tanto a irmandade da palava quanto o desvelar de epifanias de toda ordem, revelações secretas, espirituais, sim. Espirituais.
Obrigado, querido Walcyr, sua obra cativa o público mais importante da literatura: as crianças. Você me deu uma aula na última FliPA, essa nossa conversa com o escritor também paraense, Nicodemos Sena, e a nossa querida Deborah, mulher guerreira, proprietária da livraria que mais divulga a nossa cultura: a Livraria Fox.
Sua experiência com o escrever só me mostrou como somos ricos da lavra aurífera, a que vem da alma, a de inspiração que move desafios, e abre as fronteiras, as matas, os destinos, desfaz feitiços, escala seringueiras, recorda lusitanias e nos faz de novo meninos à beira dos rios.
A nossa e genuína feira de livros é tão nossa e tão universal, sim, falo da misteriosamente fala amazônica de seu povo, seus medos e esperanças. E faço questão de deixar aqui o registro: ser paraense é ter no sangue a instância vermelha da paixão pelas nossas histórias e ter no coração o azul da estrela, a de acalentada fé nas palavras.
Atenciosamente,
Benilton Cruz
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