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Mostrando postagens de dezembro, 2023

AO TEMPO SÓ PERTENCE ESTE SEGUNDO QUE O PERDES

A expressão "Carpe Diem" (a pronúncia latina: cárpe díame), traduzida como "aproveite o dia", é de Horácio ("Óratio"), poeta que viveu a época na qual a poesia tinha esse tom elegíaco e menos declamatório, - o lírico a tocar os temas inexoráveis que causam desconforto à vida, como a morte ou as soturnas sortes do destino  - textos sempre -carregados de uma divina espiritualidade reconfortante.  - uma poesia filosófica e espiritual. Admirar Horácio é alentar a alma das coisas que não podemos mudar. O poeta das famosas Odes entendia que as musas existem como espírito e que nos ouvem e elas têm comportamento próprio para cada situação. Cloe (a pronúncia latina seria “Clóe”) era uma delas, as outras eram: Lydia,  Clio,  Cloris,  Licia,  Neera.  A musa é essa companhia que em silêncio te escuta na profundidade da alma o alento de cada verso. A poesia é a arte mais misteriosa porque inclui a música, dizia Jorge Luis Borges.  A seguir, um poema meu que i...

CRÔNICA WHATSAPPIANA DO DIA

  Crônica whatsAppiana do dia   Certa vez, o famoso gramático brasileiro Napoleão Mendes de Almeida estava em Belém do Pará e precisava se deslocar para uma escola onde daria palestra sobre língua portuguesa falada no Brasil. Aproximou-se do primeiro transeunte na Cidade das Mangueiras e educadamente fez a pergunta de como devia chegar em tal escola.  E a resposta foi assustadora para o gramático paulista cuja edição de s ua  Gramática Metódica da Língua Portuguesa, de 1943,  chegou a mais de meio milhão de exemplares vendidos : disse o paraense que que era fácil, “que era só tomar uma sopa, aquela sopa que estava logo ali junto ao muro. Eu me espantei. Não sabia, mas está lá no  dicionário  –  sopa  é a jardineira, o  ônibus  local." E aí? Alguém já tomou essa sopa?  Ou foi só o famoso gramático brasileiro  em Belém do Pará?     Benilton Cruz – Professor de literatura da UFPA e membro da Academia ...

A TRILOGIA DO BEIJA-FLOR - Benilton Cruz

                                                 A TRILOGIA DO BEIJA-FLOR 1. TODO BEIJA-FLOR quando nasce é imperceptível, e ao nascer é do tamanho de outro beija-flor. Todo beija-flor aprende a eternidade das flores. É breve o seu beijo, é breve o seu desejo, é intenso o seu voo. Todo beija-flor tem asas invisíveis para não tocar o vento. Todo beija-flor vive em êxtase: não canta. 2. TODO BEIJA-FLOR quando encontra outro beija-flor não reparte a mesma flor. O voo não é lugar para nada cuidar, o vôo é o nada vacilante no ar. Toda flor é um convite e todo beija-flor traz no peito um emblema de um reino feliz. Todo beija-flor é de utilidade pública, é patrimônio universal da poesia. 3. TODO BEIJA-FLOR quando morre não vai para o céu dos beija-flores. Todo beija-flor quando morre se transforma numa coisinha leve e sem osso que a terra não consegue fincar. Todo b...