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Mostrando postagens de agosto, 2023

CONTOS DA AMAZÔNIA, DE IVANILDO FERREIRA ALVES

  Contos da Amazônia, de Ivanildo Ferreira Alves.     Lançado em 2001 pela Editora CEJUP, em Belém PA, a obra reúne cinco contos que versam sobre o que já vem destacado na capa desta edição “O misticismo do homem amazônida, seus costumes, sua linguagem. A vida do povo destas paragens em prosa e verso”. Vou colocar na sequência abaixo os nomes dos contos e um resumo comentado de cada um.   A LENDA DA MULHER CHEIROSA   O livro inicia com a Lenda da Mulher Cheirosa, uma narrativa contada pelos habitantes da marajoara Ilha de Tijoca, e podemos dizer que o tema trata de um assunto pertinente à profissão do autor que é advogado, tendo atuado como professor de Direito, que é a questão da justiça. Pode uma entidade espiritual praticar a justiça para com um homem que seduzia as belas meninas do lugar? Carlos Xibiu, nome que evoca a versão popular de vulva, sugerindo assim a ideia de mulherengo, era o sedutor do pacato lugarejo, homem que usava um olho...

A Solitária Estrela sobre o Lema Ordem e Progresso

  Mandei para meus alunos, via WhatsApp, uma reflexão sobre o significado do 15 de agosto aos paraenses. Queridos alunos, É feriado no Pará, 15 de gosto de 2023, e as elites não programaram nada para festejar a data de ADESÃO à independência do Brasil, quase um ano depois da proclamação da independência em 1822, justamente na importante efeméride de um bicentenário. Não festejam porque não querem ver o povo unido. O Grão-Pará foi o último a aderir e não é a toa que, na bandeira, estamos solitários acima do lema Ordem e Progresso. (Sim, estamos solitários por conta da bandeira republicana do Brasil indicar a capital mais ao norte naquele céu noturno de 1889, como assim aprendemos nos bancos das escolas sobre a simbologia do nosso ícone maior de nacionalidade por conta da Proclamação da República.) Quero falar de outra solidão. A solidão do Grão Pará em relação à Província do Brasil à época de nossa independência. O Brasil de 1823 era dividido em duas Capitanias: A província do Grão ...

HABITAMOS UMA CASA, MAS NÃO UM LAR

Habitamos uma casa, mas não um lar.  É nesse sentido que o livro Ecofilosofia: Do Antropocentrismo ao Ecocentrismo, de Ricardo Albuquerque, nos coloca a par da trajetória da filosofia - exatamente a filosofia  que é também o caminho que norteia, direciona, aponta o rumo da humanidade - esse mesmo caminho que antes de começar com o Logos, havia - e devemos lembrar também - esse é um dos pontos fortes do livro - da noção harmônica de Gaia, a Mãe-Terra, a mãe dos deuses grega, assim como Pachamama, a Mãe-Terra andina, também mãe dos deuses, da nossa América do Sul. O lar pode ser aqui uma palavra que complementa o sentido de mundo, - este, um vocábulo de entendimento vasto e portanto nem sempre adequado quando é matéria da reflexão, afinal o mundo é sempre um lugar de confronto, oposto, por exemplo, a cosmo, que nos traz o significado de harmonia. Porque abandonamos o cosmo de Gaia e de Pachamana, enveredamos pela cultura logocêntrica e de repente nos vemos retornando a um lar em...