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Mostrando postagens de outubro, 2018

DE ONDE NASCE

De onde nasce o vento: de um sopro. De onde nasce a água: de um olho. De onde nasce o fogo: de um atrito. De onde nasce a terra: de um leito. 27.10.18 Benilton Cruz

A IMPERMANÊNCIA

Olá, outono, seja bem-vindo, eu te conheço pela necessidade de trocar as folhas desgastadas e renovar o verde do primordial sentido da esperança, das árvores e do ar que respiramos. Tudo se transforma, inclusive essa muda planta (que com o verde nos fala de juventude e inquietação), a também floresta que nos sombreia do sol e da sua intensidade de iluminar sempre, e a grama que nossos pés refresca da dura terra. No outono somos todos uma coisa só: esse humilde vegetal - o verde que se renova como o primordial ensinamento da natureza - não é a grandeza e nem a pequenez. És o que és, meu querido outono, és uma parte de mim e de todos que se renovam pela única coisa que existe: a mudança, a impermanência. 27.10.18 Benilton Cruz

SOU ÁGUA

Nada me impede: sou água Nada me bloqueia: sou água Nada me proíbe: sou água Nada me detém: sou água Nada me oprime: sou água Nada me perturba: sou água Nada me represa: sou água Nada me consola: sou água Nada me esquece: sou água 26.10.18 Benilton Cruz

CONFLUÊNCIAS ENTRE A POESIA DE ANTÔNIO TAVERNARD E PAULO PLÍNIO DE ABREU

Neste trabalho, pretendemos elaborar uma aproximação entre a poesia de Antônio Tavernard e de Paulo Plínio de Abreu, a partir da análise feita por Benilton Cruz em seu livro Moços&Poestas. De acordo com o autor, Vicente Salles, em um de seus textos premiados, refere-se a Antônio Tavernard como um poeta “exilado” e “mártir”, constituído pela dor e pelo sofrimento. Porém, ao contrário dessa visão, Benilton Cruz defende a ideia de que sua poesia está associada à fase de juventude e, portanto, não é absorvida pela mística da dor e do sofrimento, mas se faz notar por uma característica fundamental: a vivacidade. A obra do poeta paraense é marcada por uma conduta paradoxal: mesmo quando atingido pelo tormento, assume seu lado de conciliação e de recondução: “O heroísmo de Tavernard é o de transformar a dor em alegria, o que só vem a comprovar que toda poesia não é sentimento, mas linguagem, o que conta não é o sofrimento, mas a experiência verbal” (CRUZ, 2016, p. 13). Para Cruz, Paulo P...

PONTO DE OXOSSI

Akê arô, akê arô, akê arô Oxossi! Akê arô, akê arô, akê arô Oxossi! Senhor da Mata, de uma flecha só Da solitária flecha do amor Oxossi é caçador, Oxossi é provedor Akê, Akê, akê arô! Akê, Akê, akê arô! Akê, Akê, akê arô! Ogum é irmão e professor Ogum é guerreiro, Oxossi é caçador! Da solitária flecha do Amor, Da solitária arte de caçar! No meio da roda Baila linda rainha É Oxum e a seu lado O belo caçador Filho de Iemanjá E irmão de Ogum - Ogum é do campo - Oxossi é das matas E farta é a casa de Iemanjá Akê, Akê, akê arô! Akê, Akê, akê arô! Akê , Akê, akê arô! Akê, akê, akê arô! Akê, akê, akê arô! 19.10.2018 Benilton L Cruz

PONTO DE OGUM

Ele ergue a espada para o céu E a terra se faz tremer Ogum a me guiar Ogum a me guiar O segredo dessa força é o ferro E quem me deu foi Orunmilá Ele é guerreiro, ele é caçador O ser humano nunca o desprezou O senhor do ferro Não me deixa esmorecer Ogum a me guiar Ogum a me guiar 08.10.19 Benilton Cruz