Escrevo o fogo em teu peito de neve e firo a letra cuja mão assinala o sangue da luta: quem disse alma, disse tempestade.
Invejo o mar iluminado e
vejo sonhar teu sonho como um pássaro que leva no bico a vida como a flor da
morte.
Foi ele que criou o amor
quando suas asas abriram o fogo do espírito.
Desta beleza direi que és
o meu tormento, de cuja fome a palavra é alimento.
O poeta destrói os versos, refaz as palavras
Destrói a linguagem. Eia!
Avante, temos glamour pelas ruínas.
A pátria de Camões é o
exílio: naufrágios, poemas à mão. Fogo no mar gelado: e Natércia afoga-se ao seu
lado.
Para o poema dizer o que
a palavra iludiu. Água do deserto: a beleza serve para te dizer que o poder é
liberdade & a beleza serve para te deixar desperta.
Benilton Cruz
Escritos do Inferno, inédito
Foto: igarapé em Benevides, PA, arquivo pessoal do autor
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